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Expulsão de diplomatas cubanos inclui funcionários de negócios

O governo Trump expulsou na terça-feira 15 diplomatas em protesto ao fracasso de Cuba em proteger membros da embaixada dos EUA em Havana

Embaixada de Cuba: a embaixada é frequentemente o 1º passo no processo para companhias dos EUA explorarem oportunidades (Carlos Barria/Reuters)

Embaixada de Cuba: a embaixada é frequentemente o 1º passo no processo para companhias dos EUA explorarem oportunidades (Carlos Barria/Reuters)

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Reuters

Publicado em 5 de outubro de 2017 às 21h36.

Havana - Os diplomatas cubanos expulsos dos Estados Unidos nesta semana incluíam aqueles que lidavam com empresas norte-americanas, informou nesta quinta-feira à Reuters a embaixada de Cuba em Washington, em outro golpe às relações comerciais bilaterais.

Em uma crescente crise entre os rivais da Guerra Fria, o governo Trump expulsou na terça-feira 15 diplomatas em protesto ao fracasso de Cuba em proteger membros da embaixada dos EUA em Havana de uma misteriosa sequência de supostos ataques à saúde.

"Por conta desta decisão, as atividades desenvolvidas pelo Escritório Econômico e de Comércio da embaixada de Cuba nos Estados Unidos... serão seriamente afetadas", disse um diplomata cubano em mensagem de despedida para um grupo norte-americano que leva investidores para a maior ilha do Caribe.

A embaixada cubana é frequentemente o primeiro passo no processo para companhias dos EUA explorarem oportunidades e entrarem em negociações. Autoridades as ajudam a enviar uma proposta de viagem, buscar contrapartes em negócios estatais em uma economia centralizada e receber um visto de negócios para viajar a Havana.

Ainda é incerto se a embaixada ainda irá emitir vistos, dado que um diplomata irá continuar na seção consular.

Do lado norte-americano, o enfraquecimento da embaixada dos EUA - Washington ordenou na sexta-feira a saída de todos os funcionários não emergenciais - irá dificultar que companhias dos EUA atuem em Cuba.

"É o desanimador efeito de uma crise diplomática", disse Pedro Freyre, advogado nascido em Cuba que comanda a área internacional do escritório de advocacia Akerman.

Algumas companhias dos EUA podem escolher ficar às margens até que relações melhorem, disse, acrescentando que seus clientes que já buscam oportunidades em Cuba irão continuar no caminho, conforme enxergam como uma ação de longo prazo.

Companhias dos EUA seguiram para Cuba após a distensão concordada pelo ex-presidente democrata Barack Obama em 2014.

Alguns acordos permitidos por novas exceções ao embargo de décadas dos EUA deram frutos. A American Airlines e a United Airlines agora possuem voos comerciais para Cuba. A Royal Caribbean e Carnival Corp operam cruzeiros na região.

O frenesi original no interesse comercial dos EUA em Cuba foi amenizado pela percepção de que fazer negócios no país com pouco dinheiro é difícil e ainda mais difícil com um embargo comercial em vigor.

Empresas agora enfrentam uma postura hostil do presidente republicano Donald Trump, que em junho ordenou restrições mais firmes de viagens e comércio que ainda não foram divulgadas. Na sexta-feira, o governo dos EUA emitiu um aviso sobre viagens à ilha.

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