Mundo

Exportações da China para os EUA têm maior queda desde 2020, mesmo com trégua de Trump

Mesmo com a queda para os EUA, exportações chinesas aumentaram em regiões como o Sudeste Asiático e União Europeia

Estela Marconi
Estela Marconi

Freelancer

Publicado em 9 de junho de 2025 às 06h13.

Última atualização em 9 de junho de 2025 às 07h29.

Mesmo após uma trégua nas tensões econômicas, exportações da China para os Estados Unidos sofrem a maior queda desde 2020, no início da pandemia da covid-19.

As exportações caíram 35% em maio, segundo dados divulgados nesta segunda-feira, 9, pelo governo chinês. Em abril, a queda foi de 21%. Os resultados, segundo o jornal The Wall Street Journal, são reflexo das tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre produtos vindos da China.

Durante uma conversa entre representantes das duas potências no último mês, em Genebra, foi acordado uma redução mútua das tarifas. Os EUA deveriam reduzir de 145% para 30%, enquanto a China abaixou de 125% para 10% sobre os produtos norte-americanos. Esse acordo tem validade de 90 dias e foi a primeira divulgação de dados comerciais após o anúncio da trégua. Autoridades de ambos os países estão reunidas em Londres para discutir os próximos passos nesta semana.

Na semana passada, Trump e Xi Jinping também conversaram por telefone, aumentando as expectativas para um acordo mais duradouro, embora a desconfiança entre os países persista. A Casa Branca acusa Pequim de não cumprir a promessa de retomar as exportações de terras raras, enquanto a China critica os controles dos EUA sobre chips de inteligência artificial e o cancelamento de vistos para estudantes chineses.

Apesar da queda para os Estados Unidos, a China registrou um aumento nas exportações para outras regiões do mundo, como o Sudeste Asiático e União Europeia. No total, as exportações da China aumentaram 4,8% em dólares no último mês, em relação a maio de 2024. Entretanto, esse aumento foi inferior à expectativa dos economistas, que apostaram 5,6%. O dado também marca um aumento menor do que os 8,1%, registrado em abril.

Após a trégua em Genebra, alguns importadores americanos e empresas chinesas correram para enviar os pedidos congelados antes do fim dos 90 dias. Consequentemente, houve um aumento nos preços de frete da China para os portos dos EUA, além de uma disparada nos valores de contêineres, que haviam caído durante a escalada tarifária.

Ainda segundo o The Wall Street Journal, indicadores governamentais e privados mostraram que novos pedidos de exportação ainda seguem em contração.

Para aumentar a incerteza, um tribunal federal de comércio nos EUA suspendeu quase todas as tarifas impostas por Trump neste ano. A decisão está congelada enquanto a Casa Branca recorre.

Acompanhe tudo sobre:ExportaçõesEstados Unidos (EUA)China

Mais de Mundo

Colômbia caça mandantes de atentado contra pré-candidato à Presidência

Maior tiktoker do mundo é detido por imigração nos EUA

Guarda Nacional chega a Los Angeles para reprimir protestos

Grande manifestação em Madri contra o governo de Pedro Sánchez