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Explosão pode ter causado terremoto na Coreia do Norte

Tremor acontece em um contexto de extrema tensão entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos pelo programa nuclear norte-coreano

Kim Jong Un, durante testes de mísseis da Coreia do Norte (KCNA/Reuters)

Kim Jong Un, durante testes de mísseis da Coreia do Norte (KCNA/Reuters)

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AFP

Publicado em 23 de setembro de 2017 às 19h27.

Um tremor de magnitude 3,5 foi registrado neste sábado na Coreia do Norte, perto do local onde foram realizados testes nucleares, um terremoto classificado de explosão suspeita por especialistas chineses e de terremoto natural por Seul.

Este tremor acontece em um contexto de extrema tensão entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos pelo programa nuclear norte-coreano, com uma escalada verbal entre o dirigente norte-coreano Kim Jong-Un e o presidente americano Donald Trump.

O Instituto Geológico dos Estados Unidos (USGS) indico que o epicentro do tremor aconteceu 20 km de um centro de testes nucleares norte-coreano, onde o regime detonou, no início do mês, seu sexto e mais potente artefato nuclear, que alegou ser uma bomba de hidrogênio que pode ser lançada em um míssil.

"O evento aconteceu na área onde foi realizado um teste nuclear. Não podemos confirmar no momento a natureza (natural ou humana) do evento. A profundidade foi estimada pelos sismólogos em 5 km", afirmou o USGS em um comunicado.

Especialistas regionais diferem em suas análises sobre o tremor. O serviço sísmico chinês CENC classificou o evento como uma explosão suspeita, enquanto que os especialistas sul-coreanos do KMA consideraram um terremoto natural.

"Não há possibilidade de que isso tenha sido um tremor artificial", afirmou a agência Yonhap citando uma fonte do KMA.

O teste nuclear de 3 de setembro, o sexto e mais potente da Coreia do Norte, causou um tremor de magnitude 6,3, que foi sentido na China.

Pyongyang assegurou na ocasião ter testado com sucesso uma bomba H, afirmação que não foi confirmada, mas recebeu uma condenação imediata.

O Conselho de Segurança da ONU adotou por unanimidade novas sanções contra Pyongyang, que incluem restrições ao fornecimento de petróleo.

Retórica belicista

Esta semana a escalada verbal entre Trump e Kim alcançou um novo nível. O presidente americano usou seu discurso na Assembleia Geral da ONU para alertar que Washington destruirá "totalmente a Coreia do Norte" se os Estados Unidos ou seus aliados forem atacados.

O Norte, que afirma que precisa de armas nucleares para se defender da ameaça de uma invasão dos Estados Unidos, respondeu com um inesperado discurso de Kim, que descreveu Trump como alguém com "transtornos mentais", além de alertar que ele "pagará caro" por sua ameaça.

Na quinta, Washington anunciou novas sanções contra empresas e indivíduos que negociarem com a Coreia do Norte, um primeiro passo para medidas punitivas contra companhias chinesas e outros países.

Rússia e China pediram, por sua parte, que cesse a escalada retórica entre Washington e Pyongyang.

Mas, na semana passada, à margem da Assembleia Geral, o ministro norte-corano das Relações Exteriores declarou aos jornalistas que Pyongyang poderá explodir uma bomba H fora de seu território.

Os analistas acreditam que o teste nuclear do início de setembro teve uma potência de 250 quilotons, o que é 16 vezes mais potente que a bomba que os Estados Unidos usaram para destruir Hiroshima em 1945.

As bombas de hidrogênio, de fusão termonuclear, são muito mais potentes que as bombas atômicas de fissão nuclear.

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