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Explosão em fábrica de roupas em Bangladesh deixa 10 mortos

O acidente ocorreu na tarde de ontem na fábrica Multifabs Limited, que tem 6 mil empregados; a maioria deles estava de férias

Indústria têxtil: o setor está há anos no olho do furacão devido às condições de trabalho no país (Rogério Montenegro/EXAME/Exame)

Indústria têxtil: o setor está há anos no olho do furacão devido às condições de trabalho no país (Rogério Montenegro/EXAME/Exame)

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EFE

Publicado em 4 de julho de 2017 às 08h26.

Daca - O número de mortos pela explosão de uma caldeira em uma fábrica têxtil no centro de Bangladesh aumentou nesta terça-feira para dez, segundo o último balanço das equipes de resgate, enquanto os trabalhos para encontrar mais pessoas entre os escombros continuam.

"Na segunda-feira encontramos oito corpos e mais um esta manhã, quando voltamos a remover os escombros. Não temos certeza se há mais, porque ninguém nos deu um relatório detalhado de desaparecidos", manifestou à Agência Efe Akteruzzaman, subdiretor adjunto do serviço dos bombeiros no distrito de Gazipur, onde ocorreu o acidente.

Segundo Akteruzzaman, outras 50 pessoas ficaram feridas, das quais uma delas morreu após ser hospitalizada, o que elevou o número total de mortos para dez.

O acidente ocorreu na tarde de ontem na fábrica têxtil Multifabs Limited, que conta com 6 mil empregados, mas a maioria deles estava de férias por causa das festividades pelo fim do mês sagrado muçulmano do Ramadã.

"A fábrica esteve fechada até ontem e só a tarde foi que acendemos a caldeira. Uma das duas caldeiras explodiu uma hora depois", explicou à Efe o presidente e diretor-executivo da Multifabs Limited, Mohiuddin Faruqui.

De acordo com Faruqui, entre 25 e 30 pessoas estavam dentro das instalações no momento da explosão, que afetou também as pessoas que estavam na parte externa.

O inspetor de segurança do governo nas fábricas de Gazipur, Farid Ahmed, garantiu para a Efe que a Multifabs Limited contava com todas as permissões exigidas, por isso afirmou que não tem certeza do que desencadeou a explosão. "Estamos investigando o ocorrido", concluiu.

Na semana passada, os sindicatos IndustriALL Global Union e UNI Global Union anunciaram a assinatura de um novo acordo com mais de 20 companhias internacionais do setor têxtil para garantir a segurança nas fábricas de Bangladesh, entre outros pontos.

O setor está há anos no olho do furacão devido às condições de trabalho no país, especialmente após o desabamento da complexa Rana Plaza em 2013, em que morreram 1.100 trabalhadores e 2.500 ficaram feridos.

Os baixos salários e as péssimas condições de trabalho fazem com que as greves no setor sejam frequentes.

Cerca de 4 milhões de pessoas trabalham no setor têxtil no país, que, com US$ 34 bilhões, representa 81% das exportações de Bangladesh.

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