Beirute: tragédia deixou mais de 200 mortos e 6.500 feridos (Mohamed Azakir/Reuters)
AFP
Publicado em 29 de dezembro de 2020 às 16h52.
A explosão de 4 de agosto no porto de Beirute foi causada por 500 toneladas de nitrato de amônio, disse nesta terça-feira (29) Hassan Diab, o primeiro-ministro do Líbano, citando os resultados de uma investigação da Polícia Federal dos Estados Unidos (FBI)
No dia da tragédia, que deixou mais de 200 mortos e 6.500 feridos, Diab afirmou que durante anos foram armazenadas 2.750 toneladas de nitrato de amônio "sem medidas de precaução" em um armazém do porto.
No entanto, os especialistas estimavam que era a quantidade deste produto de alto risco que pegou fogo era menor.
Apesar de as autoridades libanesas terem rejeitado os pedidos de uma investigação internacional, permitiram que investigadores franceses e do FBI (EUA) participassem nas investigações preliminares no local.
"O relatório do FBI revelou que a quantidade que explodiu foi só de 500 toneladas", disse Hassan Diab em uma reunião com jornalistas. Mas "para onde foram as outras 2.200 toneladas?", questionou.
A AFP não pôde verificar o conteúdo do relatório do FBI.
A investigação continua estagnada quase cinco meses após a explosão, que traumatizou a nação e devastou distritos inteiros da capital.
A opinião pública, indignada, continua esperando para saber como essa tragédia aconteceu e exige que os responsáveis sejam punidos.
Muitos líderes, incluindo o presidente Michel Aoun e o primeiro-ministro, foram alertados oficialmente sobre o perigo que representava a presença de nitrato de amônio no porto.
Diab e mais três ministros foram acusados em 10 de dezembro de "negligência e de provocar centenas de mortes".