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Explicação sobre morte de jornalista "não é suficiente", diz EUA

As autoridades turcas suspeitam que Khashoggi foi morto dentro do consulado

Imagem de câmara de segurança mostra Jamal Khashoggi entrando no consulado saudita em Istambul, Turquia: Erdogan e Bin Abdulaziz ressaltaram a importância de seguir com a colaboração para resolver o caso (Reuters TV/Reuters)

Imagem de câmara de segurança mostra Jamal Khashoggi entrando no consulado saudita em Istambul, Turquia: Erdogan e Bin Abdulaziz ressaltaram a importância de seguir com a colaboração para resolver o caso (Reuters TV/Reuters)

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Reuters

Publicado em 21 de outubro de 2018 às 11h38.

A explicação da Arábia Saudita sobre o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi foi um "bom primeiro passo, mas não é o suficiente", disse o Secretário do Tesouro dos Estados Unidos, acrescentando que o momento ainda é prematuro para discutir sanções contra Riad sobre o incidente.

Os comentários de Steven Mnuchin são os últimos de membros do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que parecem estar determinados a repreender um assassinato que despertou indignação global, tentando ao mesmo tempo proteger as relações com o principal exportador de petróleo do mundo.

Governos europeus foram mais rigorosos ao criticarem as explicações de Riad de que Khashoggi teria morrido após uma briga no consulado saudita em Istambul em 2 de outubro. Neste domingo, o ministro do Reino Unido para o Brexit disse que o relato não tinha credibilidade.

"Seria prematuro comentar sobre sanções e é prematuro comentar qualquer outra questão até que a investigação se aprofunde e chegue ao que realmente ocorreu", disse Mnuchin a jornalistas em Jerusalém.

Mnuchin confirmou que não comparecerá a uma conferência de investimentos saudita na terça-feira. Entretanto, ele disse que visitaria Riad, como foi planejado anteriormente, para discussões com seus equivalentes sobre esforços para combater o financiamento a terroristas e sobre os planos de Washington para reestabelecer sanções contra o Irã em novembro.

Depois de negar qualquer envolvimento no desaparecimento de Khashoggi, de 59 anos, por duas semanas, a Arábia Saudita disse no sábado que o jornalista e crítico do príncipe saudita Mohammed bin Salman havia morrido após uma briga no consulado. Uma hora depois, um oficial saudita atribuiu a morte a uma chave de braço.

Refletindo o ceticismo internacional sobre a versão saudita do incidente, uma autoridade do governo saudita apresentou uma nova versão que em alguns pontos chave contradiz as explicações anteriores.

A última versão inclui detalhes sobre como uma equipe de 15 sauditas enviados para confrontar Khashoggi havia ameaçado drogar e sequestrar o jornalista, e depois o matou em uma chave de braço quando ele resistiu. Um membro da equipe então vestiu as roupas de Khashoggi para parecer que ele havia deixado o consulado.

As autoridades turcas suspeitam que Khashoggi, que era saudita e residente nos Estados Unidos, foi morto dentro do consulado por uma equipe de agentes sauditas e seu corpo esquartejado.

Os comentários de Trump sobre o incidente Khashoggi nos últimos dias variaram entre ameaçar à Arábia Saudita com consequências "muito severas" e alertas sobre sanções econômicas, a observações mais conciliadores nas quais ele destacou o papel do país como aliado dos Estados Unidos contra o Irã e outros militantes islâmicos, assim como um grande comprador de armas dos Estados Unidos.

"Eu não estou satisfeito até encontrarmos uma resposta. Mas foi um grande primeiro passo, um bom primeiro passo. Mas eu quero chegar à resposta", disse Trump a jornalistas neste final de semana, quando perguntado sobre a investigação saudita e a demissão de oficiais subsequente, devido ao incidente.

Em uma entrevista ao jornal Washington Post, Trump disse que "obviamente houve enganação e mentiras".

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