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Exigências do Irã podem provocar impasse com europeus sobre acordo nuclear

Desde a saída dos Estados Unidos em maio, o Irã enfrenta dificuldades em manter o acordo nuclear assinado em 2015

Presidente do Irã, Hassan Rouhani (Lisi Niesner/Reuters)

Presidente do Irã, Hassan Rouhani (Lisi Niesner/Reuters)

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Reuters

Publicado em 6 de julho de 2018 às 12h10.

Viena - As conversas em curso nesta sexta-feira para salvar o acordo nuclear de 2015 não devem satisfazer o Irã, disseram potências europeias, e Teerã alertou que pode abandonar o pacto se não for plenamente compensada pela retomada de sanções dos Estados Unidos.

Ministros de Relações Exteriores do Reino Unido, China, França, Alemanha e Rússia se reuniram com seu homólogo iraniano em Viena pela primeira vez desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, decidiu deixar o acordo em maio, mas diplomatas veem pouca perspectiva de manutenção do pacto.

Trump retirou os Estados Unidos do acordo multinacional que suspendeu sanções contra o Irã em troca de limites ao programa nuclear iraniano verificáveis pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Desde então, Washington disse aos países que eles devem parar de comprar petróleo do Irã a partir de 4 de novembro ou enfrentarão consequências financeiras.

Falando à rádio francesa antes de chegar à capital austríaca, o ministro de Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, disse que as potências mundiais se empenharão em preparar um pacote econômico imediatamente.

"Eles (Irã) precisam parar de ameaçar romper os compromissos com o acordo nuclear", disse. "Estamos tentando fazê-lo (pacote econômico) antes de as sanções serem impostas no início de agosto e depois a próxima leva de sanções em novembro. Para agosto parece um pouco apertado, mas estamos tentando fazê-lo até novembro".

Ao chegar a Viena, o ministro do Exterior alemão, Heiko Mass, disse não acreditar que as conversas fracassarão, mas insinuou que mais negociações serão necessárias no futuro. Ele enfatizou que as potências mundiais se esforçarão para compensar Teerã pelas empresas que estão deixando o Irã.

Os pilares da estratégia da União Europeia são: empréstimos do Banco de Investimento Europeu, uma medida especial para blindar empresas da UE de sanções secundárias dos EUA e uma proposta da Comissão para que os governos do bloco façam transferências de dinheiro diretas ao Banco Central iraniano para evitar as penalidades norte-americanas.

Autoridades iranianas disseram que para elas é essencial obter medidas que garantam que as exportações de petróleo não serão interrompidas e que Teerã continue tendo acesso ao sistema de mensagens de pagamentos bancários internacionais SWIFT ou uma alternativa.

Durante uma visita à Europa nesta semana, o presidente iraniano, Hassan Rouhani, alertou que seu país pode diminuir sua cooperação com a agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU).

A Guarda Revolucionária do Irã também alertou que pode bloquear o transporte de petróleo através do Estreito de Hormuz em resposta à pressão dos EUA para proibir as exportações de petróleo iraniano.

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