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Exército sírio se prepara para atacar Homs e Alepo

A preparação acontece após a vitória na retomada pelo controle de Qousseir


	Armas deixadas por rebeldes sírios após tomada pelas forças de segurança da cidade de Qousseir: o objetivo agora é desalojar os rebeldes da cidade de Homs
 (AFP)

Armas deixadas por rebeldes sírios após tomada pelas forças de segurança da cidade de Qousseir: o objetivo agora é desalojar os rebeldes da cidade de Homs (AFP)

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Da Redação

Publicado em 7 de junho de 2013 às 13h37.

Damasco - Após a vitória na retomada pelo controle de Qousseir, o exército sírio se preparava nesta sexta-feira para novos ataques contra os rebeldes nas províncias de Homs e Alepo, no momento em que o exército libanês adverte que recorrerá ao uso da força para impedir que o conflito chegue ao país.

No plano humanitário, a ONU solicitou 5,2 bilhões de dólares (3,9 bilhões de euros) em fundos, um recorde histórico, para ajudar até dezembro mais de 10 milhões de sírios afetados pela guerra, ou seja, quase a metade da população do país.

Dos 5,2 bilhões de dólares reivindicados pelas agência das ONU, cerca de 3,81 bilhões serão utilizados para ajudar 3,45 milhões de refugiados, e 1,4 bilhão de dólares permitirá socorrer os 6,8 milhões de sírios que permaneceram no país (4,25 milhões deles deslocados).

Após o anúncio feito pelo jornal italiano La Stampa que seu jornalista Domenico Quirico, desaparecido desde 9 de abril, "está vivo e na Síria", a rádio Europe 1 indicou que ainda não tem informações de seus dois jornalistas franceses.

Após a conquista na quarta-feira, com o apoio crucial do Hezbollah xiita libanês, de Qousseir, devastada por duas semanas de combates, e da aldeia vizinha de Dabaa, os soldados avançavam em direção ao reduto rebelde de Bueida al-Sharqiya, de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Centenas de feridos e civis se refugiaram nesta localidade após a queda de Qousseir, rota de abastecimento para o exército e os rebeldes na província central de Homs e que liga Damasco ao litoral.

"O Exército tenta controlar completamente Qousseir e sua região", confirmou o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman. "Ele não deixa nenhuma saída para rebeldes, civis ou feridos. Quer destruir completamente os rebeldes ou levá-los prisioneiros".

Mas segundo os analistas, o objetivo agora é desalojar os rebeldes da cidade de Homs.


Mais ao norte, o Exército concentra "milhares de tropas" na região de Aleppo para tentar retomar posições rebeldes. "Eles querem cortar o fornecimento de armas aos rebeldes" da Turquia, de acordo com o OSDH.

O Hezbollah "enviou dezenas de seus quadros para treinar centenas de sírios xiitas", indicou a ONG. Os alauítas, comunidade a qual pertence o presidente Assad, são um ramo do xiismo, enquanto a maioria dos rebeldes são sunitas.

Após a retomada por parte do Exército da passagem de Qouneitra, única zona de separação entre Israel e a Síria nas Colinas de Golã, os combates foram registrados no local, segundo o OSDH.

Israel, oficialmente em guerra com a Síria, reforçou a presença militar na região do Golã que ocupa desde 1967 e expressou preocupação com a retirada da Áustria da força da ONU de monitoramento, temendo uma ampliação do conflito.

Com o sucesso militar, o regime aparece em uma posição forte, especialmente na perspectiva de uma conferência internacional de paz, organizada por Moscou e Washington, que deve acontecer em julho.

No Líbano, muito dividido entre os simpatizantes do regime sírio de Bashar al-Assad, liderados principalmente pelo Hezbollah xiita que participa nos combates na Síria, e os críticos de Damasco, que apoiam a insurgência, os militares lançaram um alerta após o aumento da violência na fronteira.

O comando do Exército libanês indicou em um comunicado que "pede aos cidadãos que desconfiem dos complôs que buscam arrastar o Líbano para uma guerra absurda", e que responderá "as armas com armas".

"O comando do exército tentou nos últimos meses trabalhar com firmeza, determinação e paciência para impedir que o Líbano se transforme em um campo de batalha em consequência dos conflitos regionais e evitar o contágio dos eventos sírios", mas acusa "certos grupos" de continuar a criar tensões.

O conflito iniciado em março 2011 por uma revolta popular reprimida pelo regime já causou mais de 94 mil mortes, de acordo com o OSDH.

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