Forças sírias em Aleppo: tomar a rodovia reduzirá significativamente a capacidade dos rebeldes de se reabastecerem (George Ourfalian/Reuters)
Da Redação
Publicado em 3 de outubro de 2014 às 10h29.
Beirute - O Exército sírio assumiu o controle de três vilas ao norte de Aleppo, disse a TV estatal nesta sexta-feira, em uma campanha conduzida por forças leais ao presidente Bashar al-Assad que tem o potencial de cercar os insurgentes na cidade.
A TV estatal disse que as forças entraram em al-Mudafah, Handarat e Sifat, incluindo quatro interseções a oeste de Sifat, matando "muitos terroristas e destruindo dezenas de carros".
Embora haja rotas menores para dentro de Aleppo, tomar a rodovia reduzirá significativamente a capacidade dos rebeldes de se reabastecerem e também permitirá que o Exército cerque áreas da cidade que caíram nas mãos de insurgentes há anos.
“A estrada está completamente fechada e o regime ergueu barreiras”, disse Muhammad Bidour, um ativista de 25 anos que se opõe ao presidente Bashar al-Assad, antes do anúncio da TV síria. “Nossos companheiros e stavam lá e tiveram que pegar uma estrada muito longa, levando horas." Bidour disse que havia confrontos nas vilas de Sifat e Dowir al-Zeitoun, localizadas a 8 quilômetros de Aleppo.
O civil Abdullah Qatmawi, de 30 anos, disse ter sido incapaz de dirigir diretamente para Aleppo por causa da via bloqueada. “Quando chegamos ao norte (de Aleppo) sentimos que havia um problema na estrada e quando chegamos a Handarat, havia combates.”
Antes do anúncio na TV estatal, o Observatório Sírio de Direitos Humanos, ONG com sede na Grã-Bretanha que monitora a violência no país, afirmou que o Exército ainda não controlava a principal rodovia, mas destacou que os confrontos se concentravam ao redor de Handarat, um distrito no norte de Aleppo, bloqueando a rota.
“Se o Exército puder tomar e manter Handarat, então Aleppo estará cercada”, disse o chefe do Observatório, Rami Abdulrahman, por telefone. A guerra civil na Síria, iniciada com manifestações pacíficas pró-democracia que Assad reprimiu com força, já deixou quase 200 mil mortos, e os Estados Unidos formaram uma coalizão para combater o grupo rebelde mais poderoso em atuação no país, o Estado Islâmico.