Mundo

Exército sírio retoma controle de cidade rebelde

A televisão pública confirmou a retomada de Sbeine, sitiada durante um ano pelo exército

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de novembro de 2013 às 18h32.

Beirute - As tropas do regime sírio retomaram dos rebeldes nesta quinta-feira o controle de um importante reduto ao sul da Damasco com a ajuda de combatentes xiitas estrangeiros, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

A televisão pública confirmou a retomada de Sbeine, sitiada durante um ano pelo exército.

"Nosso exército retomou Sbeine e o povoado vizinho de Ghazala na província de Damasco depois de ter destruído as últimas posições dos terroristas", anunciou a TV, usando a terminologia oficial para designar os rebeldes.

A localidade constituía uma retaguarda para os rebeldes no sul da capital, segundo o OSDH, que também informa sobre muitas baixas nos dois lados depois de vários dias de combates.

A conquista de Sbeine foi precedida por nove dias de bombardeios intensos.

O exército teve a ajuda de membros do poderoso Hezbollah libanês, da milícia paramilitar da Força de Defesa Nacional e de combatentes xiitas sírios e estrangeiros da Brigada Abul Fadl al Abas.

Um alto dirigente do serviço de segurança afirmou que a retomada de Sbeineh era muito importante.

"Sbeineh é o vínculo entre Ghuta oriental e Ghuta ocidental", a região que rodeia Damasco.

Rebeldes divididos

Esta nova vitória para o regime se soma à tomada nas últimas semanas das cidades vizinhas de Huseiniyeh, Ziabiyeh e Bueida.

Um ativista contrário ao regime afirmou que o exército avança facilmente porque as regiões estão sitiadas há muito tempo.


Rami Abdel Rahman, diretor do OSDH, atribui isso "às divisões entre os rebeldes".

"Teme-se pela vida dos civis em Sbeine", acrescentou Rahman, enfatizando que o exército "poderá executar civis e acusar os rebeldes por isso".

O conflito na Síria, iniciado em março de 2011 em forma de protesto popular que foi rapidamente reprimido, se converteu em uma guerra aberta entre soldados e desertores apoiados por civis armados e por grupos jihadistas provenientes do exterior.

Embora as tropas do regime tenham somado vários êxitos ultimamente, nenhuma das partes alcançou uma vitória decisiva em terra, depois de dois anos e meio de um conflito que deixou mais de 120.000 mortos, de acordo com o OSDH, e milhares de refugiados e deslocados, segundo a ONU.

Uma imagem extraída de um vídeo da TV síria em 19 de outubro de 2013 mostra um inspetor da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ) trabalhando em um local não divulgado, na Síria

Por outro lado, o desmantelamento do arsenal químico sírio continua avançando. A Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), encarregada da supervisão deste processo, anunciou nesta quinta-feira que os especialistas inspecionaram 22 das 23 instalações declaradas pela Síria.

Os inspetores da OPAQ e da ONU têm até a metade de 2014 para destruir todo o arsenal químico sírio e as capacidades de produção do governo de Damasco, em virtude de um acordo diplomático entre os Estados Unidos e a Rússia.

A OPAQ, que recebeu o prêmio Nobel da Paz 2013, declarou há uma semana que lacrou todas as armas químicas declaradas pela Síria, e que os centros de produção ficaram inutilizados.

Segundo um porta-voz da chancelaria belga, os Estados Unidos lançaram uma rodada informal de contatos com vários países aliados para que participem da destruição do arsenal químico sírio.

Concretamente, disse o porta-voz à AFP, Washington contactou "Bélgica, Noruega, França e Albânia para se informar sobre as capacidades destes países para lidar com armas químicas".

Por outro lado, o secretário americano de Estado, John Kerry, pediu durante uma visita à Jordânia que a comunidade internacional ajude este país a enfrentar o fluxo de imigrantes sírios.

A Jordânia abriga cerca de meio milhão de refugiados sírios, 8% da população do reino hachemita.

Acompanhe tudo sobre:ExércitoSíriaTerras

Mais de Mundo

Trump diz que helicóptero que bateu em avião estava voando 'muito acima' da rota prevista

Egito confirma que reabriu passagem de Rafah para transferir feridos de Gaza

Kremlin nega planos do Brics de criar alternativa ao dólar após declarações de Trump