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Exército sírio intensifica ataque contra reduto dos rebeldes

Após 15 meses de revolta, o regime permanece no poder e a oposição dá os primeiros sinais de divisão

Tropas sírias patrulham o distrito de Asmai, em Damasco: os cálculos apontam mais de 12.000 mortes violentas na Síria desde o início da rebelião (Shaam News Network/AFP)

Tropas sírias patrulham o distrito de Asmai, em Damasco: os cálculos apontam mais de 12.000 mortes violentas na Síria desde o início da rebelião (Shaam News Network/AFP)

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Da Redação

Publicado em 17 de maio de 2012 às 11h50.

Damasco - O Exército sírio concentrava nesta quinta-feira os ataques contra a cidade de Rastan, importante reduto dos rebeldes que o presidente Bashar al-Assad chamou na véspera de "bando de criminosos".

Após 15 meses de revolta, o regime permanece no poder e a oposição dá os primeiros sinais de divisão.

A cidade Rastan, na província de Homs, foi bombardeada pelo Exército ao ritmo de "três obuses por minuto", afirmou à AFP Rami Abdel Rahman, presidente do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), organismo com sede na Grã-Bretanha.

Abdel Rahman pediu aos observadores da ONU mobilizados no país que prossigam imediatamente para a cidade de Rastan, "que o regime tenta destruir gradualmente".

Segundo os militantes, em Rastan há um grande número de rebeldes que defendem a cidade.

Há vários meses, a cidade escapa do controle das tropas governamentais, que já tentaram ocupá-la várias vezes. No dia 14 de maio, 23 soldados morreram em uma tentativa de ataque.

Na quarta-feira, ataques das tropas sírias em várias regiões do país, em particular nas províncias de Deraa (sul) e Idleb (noroeste), assim como em Homs, deixaram 44 pessoas mortas, em sua maioria civis, segundo o OSDH.

No plano político, os Comitês Locais de Coordenação (CLC), que tentam manter ativa a revolta em todo o território da Síria, ameaçaram se retirar do Conselho Nacional Sírio (CNS), principal coalizão da oposição, em consequência do "monopólio" de poder dentro da entidade.

Em um comunicado, os CLC solicitaram ao CNS que corrija certos "erros" sob pena de retirada ou suspensão da adesão.

A ameaça veio dois dias depois da decisão de manter no comando do CNS Burhan Ghaliun, apesar dos questionamentos sobre sua liderança e das regras que impõem uma presidência rotativa a cada três meses.


Após a pressão, Ghaliun prometeu nesta quinta-feira renunciar ao posto quando outro líder for nomeado para o CNS.

"Não vou permitir que eu seja o candidato da divisão, eu não estou apegado ao posto. Então, anuncio que renunciarei depois que um novo candidato for escolhido, seja por consenso ou por novas eleições", afirmou o acadêmico, que vive em Paris.

Ghaliun, que lidera o CNS por consenso desde a fundação do grupo, em outubro de 2011, foi reeleito para a função em uma votação realizada na terça-feira em Roma que provocou muitos questionamentos.

Entre os erros apontados pelos militantes estão a "ausência total de harmonia entre a visão do CNS e a do movimento revolucionário, a marginalização da maioria dos representantes dos CLC dentro do Conselho e a monopolização das decisões por membros influentes do gabinete executivo".

O CNS é criticado, em particular, por não coordenar de maneira suficiente sua ação com os militantes no campo de batalha e pela grande influência do grupo radical Irmandade Muçulmana.

Apesar de a situação na Síria continuar tensa, o presidente Bashar al-Assad avaliou na quarta-feira que as eleições legislativas de 7 de maio mostraram que a maioria dos sírios apoia seu regime e a política de reformas de seu governo, em uma entrevista a um canal russo.

Para Assad, o resultado das eleições, que a oposição e o Ocidente chamaram de "farsa", mostrou que o povo sírio "segue apoiando a política de reformas" e "as instituições do Estado", disse Assad ao canal público Rossia 24.

"O povo sírio não tem medo das ameaças dos terroristas que tentaram sabotar as eleições ou evitar que as realizássemos", assegurou o presidente.

O regime anunciou uma taxa de participação de 51,26%, mas não informou os resultados dos partidos nestas eleições.

Mais de 200 observadores da ONU estão na Síria, encarregados de vigiar uma trégua que é violada todos os dias desde sua teórica entrada em vigor, há mais de um mês.

Os cálculos são de mais de 12.000 pessoas morreram de forma violenta na Síria desde o início da rebelião, a maioria deles civis.

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