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Exército sírio entra em outra cidade do norte do país

Maret Noman foi invadida por tropas de Assad e sofre com disparos de artilharia pesada

A oposição denunciou que o exército está realizando uma campanha de incursões em casas e detenções indiscriminadas em toda a cidade (Mídia social via Reuters TV)

A oposição denunciou que o exército está realizando uma campanha de incursões em casas e detenções indiscriminadas em toda a cidade (Mídia social via Reuters TV)

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Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2011 às 07h31.

Cairo - O Exército sírio entrou hoje na cidade de Maret Noman, na província de Idleb (norte), e bloqueou os acessos à população, ao mesmo tempo em que continuam os disparos de artilharia pesada em Deir ez Zor (nordeste), segundo grupos opositores.

As forças armadas sírias continuaram com sua campanha de repressão contra os opositores ao regime do presidente Bashar al Assad e entraram pelo lado leste da cidade de Maret Noman em tanques blindados e utilizando artilharia pesada, informaram os Comitês de Coordenação Locais da Síria.

A oposição denunciou que desde as 9h (horário local, 3h de Brasília) o Exército está realizando uma campanha de incursões em casas e detenções indiscriminadas em toda a cidade.

Os Comitês de Coordenação não puderam dar números exatos do número de detidos por causa do toque de recolher imposto pelas forças de segurança.

Enquanto isso, dezenas de cidadãos saíram às ruas de Maret Noman para se opor à entrada do Exército e exigir a queda de Assad.

Na cidade de Deir ez Zor, onde neste domingo morreram pelo menos de 38 pessoas, seguem os disparos de artilharia pesada, e o grupo opositor Revolução Síria informou que novos veículos blindados entraram esta manhã na população.

Eletricidade, água e comunicações em Deir ez Zor continuam cortadas e as incursões e detenções de cidadãos seguem em frente, segundo a oposição.

A rede opositora Shams informou também que a cidade de Haula, na província de Homs (centro), continua assediada pelo Exército, que cortou a eletricidade e a água e impede as comunicações entre todas as comunidades do vale de Haula.

Em outras cidades do país, esta madrugada aconteceram manifestações em solidariedade com os habitantes das cidades ocupadas.

O grupo Revolução Síria informou que centenas de pessoas se concentraram esta madrugada em frente à mesquita de Al Nour, em Damasco, na saída da primeira oração do dia.


Além disso, Shams assegurou que o Exército realizou incursões e deteve várias pessoas em Damasco, embora não tenha dado mais detalhes sobre as detenções.

Os acessos às cidades de Zamalka e Irbin, junto à capital síria, estão bloqueados e as comunicações estão cortadas, segundo o Revolução Síria.

Na cidade de Deraa (sul), um dos primeiros focos dos protestos contra Assad, as forças de segurança detiveram sete pessoas esta manhã, informou a rede Flash, que identificou os detidos com seus nomes e sobrenomes.

Enquanto o regime sírio aumenta a pressão sobre a oposição, crescem as críticas da comunidade internacional com a situação no país.

O rei da Arábia Saudita, Abdullah ben Abdelaziz, chamou neste domingo para consultas seu embaixador em Damasco e em carta aberta ao povo sírio e a suas autoridades criticou a violência vivida pelo país desde que começaram os protestos no mês passado de março.

E o Governo jordaniano mostrou nesta segunda-feira sua "profunda preocupação" pelo derramamento de sangue na repressão dos protestos no país vizinho, apesar de ter mostrado sua intenção de "não intervir" em seus assuntos internos.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos calcula que pelo menos 1.686 civis e 401 soldados das forças de segurança morreram desde o início da revolta popular no mês de março.

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