Egípcios também não aceitam a continuidade do poder militar (Odd Andersen/AFP)
Da Redação
Publicado em 25 de novembro de 2011 às 07h28.
Cairo - O Exército egípcio descartou mais uma vez a hipótese de entregar imediatamente o poder como exigem os milhares de manifestantes na Praça Tahrir do Cairo, que convocaram grandes protestos para esta sexta-feira.
De acordo com a imprensa, o Exército nomeou um ex-primeiro-ministro do presidente destituído Hosni Mubarak, Kamal el-Ganzuri, para formar um novo governo, no lugar Esam Sharaf, que renunciou na segunda-feira.
O Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA) não confirmou a informação e as consultas prosseguem, a poucos dias do início das eleições legislativas.
O site do jornal governamental Al-Ahram informou que o CSFA não tomou uma decisão sobre Kamal el-Ganzuri.
Mas a possível nomeação do economista de 78 anos não foi bem recebida pelos manifestantes da Praça Tahrir.
Os manifestantes também querem o fim do poder militar e a saída do principal comandante das Forças Armadas, o marechal Hussein Tantawi, acusado de perpetuar o regime de Mubarak.
O Exército pediu desculpas pelas mortes dos últimos dias, que chegaram a 41 em todo o país, 38 delas no Cairo, segundo o ministério da Saúde.
A transferência de poder a um governo civil no Egito deve acontecer o mais rápido possível, afirmou a Casa Branca nesta sexta-feira.
"O mais importante é que pensamos que a transferência completa do poder a um governo civil tem que acontecer de maneira justa e inclusiva para responder o mais rápido possível às aspirações legítimas do povo egípcio", afirma o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, em um comunicado.