Soldado do exército do Sudão do Sul fuma perto de metralhadora na cidade de Malakal, perto da capital Juba (James Akena/Reuters)
Da Redação
Publicado em 2 de janeiro de 2014 às 18h01.
Juba/Adis-Abeba - O Exército do Sudão do Sul afirmou nesta quinta-feira que está avançando em duas cidades sob controle dos rebeldes enquanto as duas partes se reuniam na Etiópia para conversações de paz com o objetivo de pôr fim a três semanas de violência que puseram a nação mais jovem do mundo no rumo à guerra civil.
Os dois lados concordaram em princípio com um cessar-fogo, mas nenhum deles indicou quando acabarão os combates, que já mataram mais de 1.000 pessoas e levaram cerca de 200.000 a abandonarem suas casas.
O presidente sul-sudanês, Salva Kiir, declarou estado de emergência na noite de quarta-feira nos Estados de Unidade e Jonglei, cujas respectivas capitais provinciais, Bentiu e Bor, estão em mãos de uma milícia leal ao ex-vice-presidente Riek Machar.
Um porta-voz rebelde em Unidade qualificou como mentirosas as informações dos militares sobre seu avanço e disse que o Exército do Sudão do Sul e o governo nacional na capital, Juba, estavam recorrendo a uma "guerra de alegações" antes de as negociações de paz se iniciarem.
A pressão internacional por um acordo de paz vem crescendo. Países vizinhos que atuam como mediadores entre os dois lados alertaram que o prosseguimento dos combates poderia inviabilizar as negociações.
"Nós estamos avançando até Bor porque essas pessoas querem vir até Juba", disse a repórteres o comandante das Forças Armadas, James Hoth Mai, na capital. "Nós ainda não temos um cessar-fogo e não queremos que eles venham e nos dominem."