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Exército do Mali retoma controle de cidade dos extremistas

Exército do Mali, com o apoio das tropas francesas, voltou nesta sexta-feira a avançar, recuperando o controle da cidade de Konna


	Soldado do exército malinense: Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) se reunirá sábado em Ajidjan para uma reunião extraordinária sobre o Mali
 (Michel Moutot/AFP)

Soldado do exército malinense: Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) se reunirá sábado em Ajidjan para uma reunião extraordinária sobre o Mali (Michel Moutot/AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de janeiro de 2013 às 19h23.

Bamaco - O Exército do Mali, com o apoio das tropas francesas, voltou nesta sexta-feira a avançar, recuperando o controle da cidade de Konna (centro) das mãos de grupos extremistas islamitas que reivindicaram o sequestro coletivo realizado na Argélia.

Neste país vizinho, no campo de exploração de gás no Saara onde centenas de trabalhadores locais e dezenas de estrangeiros foram feitos reféns, os números ainda são conflitantes 24 horas após o ataque lançado por Argel contra o comando islamita na quinta-feira.

Segundo uma fonte da segurança, citada pela agência oficial APS, doze reféns morreram desde a ofensiva do exército argelino.

"Além dos 18 terroristas que foram tirados do caminho do mal, 12 funcionários argelinos e estrangeiros morreram", indicou esta fonte, que não precisou o nome nem a nacionalidade das vítimas.

De acordo com o primeiro-ministro britânico, David Cameron, o Exército "continua a perseguir os terroristas e provavelmente os reféns".

Os sequestradores, que aparentemente vieram da Líbia, exigem que a França "negocie" o fim da guerra no Mali e propõem libertar "reféns americanos" em troca de islamitas presos nos Estados Unidos, o que Washington já rejeitou, afirmando que "não negocia com terroristas".


Esta operação deixou em segundo plano a situação no terreno no Mali, onde a França mantém seus ataques aéreos contra os grupos islamitas, acompanhados por incursões terrestres.

Nesta sexta-feira à tarde, o Ministério francês da Defesa assegurou que "não há combates em Diabali neste momento", dando a entender que esta cidade não foi recuperada dos combatentes islamitas.

Pouco tempo antes, uma fonte da segurança regional havia confirmado as declarações de um morador de Diabali, 400 km ao norte de Bamaco, que havia dito que a cidade tinha sido retomada pelo Exército malinense.

"Diabali foi libertada, os islamitas foram embora, os militares franceses e malinenses entraram na cidade", afirmou o habitante, membro do conselho municipal.

Diabali foi tomada segunda-feira pelos islamitas, aparentemente liderados pelo argelino Abou Zeid, um dos líderes da Al-Qaeda do Magreb Islâmico (Aqmi).

A localidade foi bombardeada várias vezes na terça-feira pela aviação francesa, mas os islamitas não abandonaram suas posições e, segundo várias testemunhas, tentaram se esconder entre a população local, que passou a servir de escudo humano.


"Desde o ataque francês, nós sabemos que eles rasparam suas barbas, eles se disfarçam e tentam se esconder entre a população", afirmou o capitão malinense Cheickné Konaté.

Nesta região, "temos os grupos mais difíceis, os mais fanáticos, os mais organizados, os mais determinados e bem armados", havia afirmado o ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian. "Enfrentamos várias centenas, mais de mil - 1.200, 1.300 -, terroristas na região, com reforços que podem chegar amanhã", acrescentou.

No início da manhã, o Exército do Mali afirmou ter recuperado o controle da cidade de Konna (centro), uma localidade na estrada de Bamako, que caiu nas mãos dos combatentes islâmicos em 10 de dezembro, o que provocou a intervenção francesa no país.

A informação foi confirmada por uma fonte da segurança regional e por habitantes da região contatados pela AFP. A região continua inacessível aos observadores independentes.

Foram necessários novos ataques aéreos franceses na quinta para que os soldados malinenses conseguissem entrar na cidade, de acordo com uma fonte da segurança.

Jean-Yves Le Drian, havia reconhecido no dia 15 de janeiro que Konna, 700km a nordeste de Bamaco, não tinha sido retomada pelo Exército do Mali.


A queda de Konna durante uma ofensiva surpresa dos combatentes islamitas em 10 de janeiro, no momento em que os combates entre o Exército malinense e os grupos jihadistas estavam paralisados há meses, provocou a intervenção da França, que temia um avanço dos extremistas para Bamako (sul), primeiramente com ataques aéreos e, em seguida, com uma intervenção terrestre.

Mais de 1.800 soldados franceses estão mobilizados nos campos de batalha do Mali, um número que deve chegar a 2.500 homens, segundo Paris.

Os primeiros elementos da Força de Intervenção da África Ocidental (Misma)chegaram quinta-feira à noite em Bamaco. Eles são cerca de cem togoleses e nigerianos.

A Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) se reunirá sábado em Ajidjan para uma reunião extraordinária sobre o Mali. A França anunciou nesta sexta-feira que o ministro das Relações Exteriores, Laurent Fabius, que participará.

"A guerra que nos foi imposta pela rejeição dos movimentos criminosos e terroristas da paz oferecida pelos esforços de mediação da Cedeao exige a aceleração da implementação da Misma", declarou o presidente da Comissão da Cedeao, Désiré Kadré Ouédraogo.

Cerca de 2.000 membros desta força, liderada pelo general nigeriano Shehu Abdulkadir, devem chegar ao Mali até 26 de janeiro.

Oito países da África Ocidental - Nigéria, Togo, Benin, Senegal, Níger, Guiné, Gana e Burkina Faso - mais o Chade anunciaram sua contribuição com a Misma. No total, serão 5.300 soldados do continente africano enviados ao Mali.

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