Forças especiais afegãs em Kunduz: "Os talibãs sofreram muitas baixas, mas o número exato não está claro ainda porque os enfrentamentos ainda continuam nos arredores do distrito" (Reuters / Stringer)
Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2015 às 09h01.
Cabul - O Exército afegão recuperou nesta quarta-feira do controle talibã o distrito afegão de Chardara, um reduto insurgente na província de Kunduz (norte), cuja capital homônima tinha sido tomada durante três dias pelos talibãs há duas semanas, o que supôs sua maior conquista militar em 14 anos de conflito.
A operação militar das tropas afegãs começou ontem à noite (hora local), desde três frentes diferentes, o que permitiu expulsar os talibãs durante a madrugada de hoje, afirmou à Agência Efe o porta-voz da polícia de Kunduz, Sayed Sarwar Hussaini.
"Os talibãs sofreram muitas baixas, mas o número exato não está claro ainda porque os enfrentamentos ainda continuam nos arredores do distrito", explicou Hussaini.
O Ministério da Defesa confirmou através de um comunicado a expulsão dos talibãs do distrito e disse que as tropas afegãs não sofreram nenhuma baixa na operação.
Segundo explicou à Agência Efe um parlamentar de Kunduz, Abdul Wadoud Paymen, o distrito de Chardara era um das "principais fortificações dos talibãs" desde que dirigiam a maior parte dos ataques na província.
O porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujahid, negou no entanto o anúncio "sem fundamento" de que as tropas afegãs os expulsaram do distrito, e garantiu que o Exército é incapaz de se deslocar na zona, fronteiriça com a capital.
Os insurgentes ocuparam há duas semanas a capital, Kunduz, durante três dias, o que supôs sua maior conquista militar desde a queda do regime talibã em 2001 após a invasão do Afeganistão, e ontem anunciaram sua retirada definitiva da cidade.
Os enfrentamentos pela tomada de Kunduz deixaram pelo menos de 500 talibãs e 80 civis mortos e cerca de 600 fundamentalistas feridos, e em torno de 100 mil pessoas fugiram da cidade, segundo fontes oficiais que não detalharam as vítimas entre as tropas afegãs.