Mundo

Exército diz ter prendido talibãs que tentaram matar Malala

Jovem ativista, que na época tinha 15 anos, foi baleada na cabeça, mas conseguiu se recuperar e ganhou um amplo reconhecimento internacional

A ativista paquistanesa Malala Yousafzai chega à sede da ONU, em Nova York (Stan Honda/AFP)

A ativista paquistanesa Malala Yousafzai chega à sede da ONU, em Nova York (Stan Honda/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de setembro de 2014 às 15h31.

Islamabad - O Exército paquistanês anunciou nesta sexta-feira a detenção dos insurgentes islamitas que tentaram matar a estudante paquistanesa Malala Yousafzai no noroeste do país em 2012, embora o grupo talibã tenha desmentido a informação.

A jovem ativista, que na época tinha 15 anos, foi baleada na cabeça, mas conseguiu se recuperar e ganhou um amplo reconhecimento internacional por sua coragem e determinação na luta pelo direito das meninas à educação.

"O grupo que participou do ataque a Malala Yousafzai foi detido", anunciou o general Asim Bajwa em uma coletiva de imprensa na sede do exército em Rawalpindi, perto de Islamabad.

No entanto, um representante do Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP), o grupo que reivindicou o ataque, negou as detenções.

"Três pessoas participaram deste ataque. Uma delas é um mártir e as outras duas estão vivas", disse Ehsanullah Ehsan em um comunicado.

A detenção dos 10 homens foi possível graças a uma operação conjunta do exército, da polícia e dos serviços de inteligência no âmbito da ofensiva que as forças armadas paquistanesas realizam contra o TTP e outros grupos extremistas no noroeste do país, fronteiriço com o Afeganistão.

O grupo formava parte do TTP e o plano para assassinar Malala procedia do atual líder da organização, o mulá Fazlullah, acrescentou o general Bajwa.

Segundo ele, além de Malala os criminosos tinham outros 22 alvos em sua lista, todos ordenados por Fazlullah.

Os talibãs abriram fogo contra Malala e várias de suas colegas em outubro de 2012, quando elas estavam em um micro-ônibus na saída de Mingora, na região do Swat, de onde o exército havia expulsado os talibãs três anos antes.

Depois de sobreviver ao ataque, Malala foi levada ao Reino Unido para receber tratamento, onde vive agora com sua família.

Sua valentia foi reconhecida por personalidades e instituições de todo o mundo. Desde sua saída do Paquistão, Malala participou de muitas conferências internacionais nas quais defendeu a paz e a educação das crianças e pediu aos líderes mundiais que reduzam seu gasto militar e "enviem livros, e não armas" aos países pobres.

No ano passado recebeu o prêmio Sakharov de Direitos Humanos concedido pelo Parlamento europeu e seu nome circulou para o Prêmio Nobel da Paz.

O discurso que pronunciou na Assembleia Geral das Nações Unidas em julho do ano passado, no qual afirmou que nunca será silenciada, foi recebido com muitos aplausos.

Malala já havia se tornado conhecida em 2009, com apenas 11 anos, por escrever um blog para o serviço em urdu da BBC no qual contava a vida sob o governo dos talibãs no Vale do Swat, no noroeste do Paquistão, onde vivia, e exigia o direito à educação das meninas, proibido por Fazullah.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaExércitoIslamismoPaquistão

Mais de Mundo

Israel deixa 19 mortos em novo bombardeio no centro de Beirute

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA

Eleições no Uruguai: 5 curiosidades sobre o país que vai às urnas no domingo

Quais países têm salário mínimo? Veja quanto cada país paga