Redação Exame
Publicado em 16 de setembro de 2025 às 08h08.
Última atualização em 16 de setembro de 2025 às 08h22.
O Exército de Israel confirmou nesta terça-feira, 16, que iniciou a fase principal da ofensiva terrestre na Cidade de Gaza, considerada o “principal reduto” do Hamas. Tropas israelenses, que há semanas operavam nos arredores, avançaram para o centro urbano na noite anterior, em meio a intensos bombardeios.
"Na noite passada, começamos a aprofundar nossas operações dentro da cidade, é algo gradual, mas ontem foi um grande passo adiante no desdobramento de forças e nas operações em terra", informou um oficial à EFE. Segundo ele, a invasão ocorre após semanas de destruição de alvos considerados estratégicos do Hamas e da explosão de edifícios usados pelo grupo.
"Sob as ruas, há uma vasta rede de túneis e infraestrutura terrorista que ainda não foi desmantelada", declarou o oficial, que detalhou que duas divisões estão operando atualmente no local e que mais se juntarão nos próximos dias.
Com a escalada da ofensiva, Israel reforçou os apelos para que civis deixem a cidade. O porta-voz militar em árabe, Avichae Adraee, pediu que moradores se dirijam “o mais rápido possível” para áreas ao sul, a pé ou em veículos. “Juntem-se a mais de 40% dos residentes que já foram evacuados para proteger sua própria segurança e a de seus entes queridos”, declarou.
De acordo com os cálculos do Exército, cerca de 350 mil pessoas — o equivalente a 40% da população local — já teriam saído da cidade desde meados de agosto, quando a invasão foi aprovada pelo governo de Benjamin Netanyahu. O Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), porém, contabiliza 191 mil deslocados no mesmo período.
A evacuação enfrenta obstáculos como a falta de recursos, as dificuldades de transporte, limitações de espaço e problemas de saúde de moradores. Israel acusa o Hamas de tentar impedir a saída de civis, mas não apresentou provas.
As forças israelenses estimam que entre dois mil e três mil combatentes do Hamas estejam dentro da Cidade de Gaza. Além da presença armada, o Exército alerta para a existência de uma extensa rede de túneis subterrâneos, ainda não destruída, que pode servir como base para emboscadas e prolongar os combates.
Desde o início da operação, Israel afirma controlar 40% das áreas ao redor da capital de Gaza. Reservistas foram convocados em massa nas últimas semanas, muitos deles deslocados para a Cisjordânia e o norte de Israel, mas parte será mobilizada também para sustentar a ofensiva terrestre.