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Exército da Tailândia diz que lei não se tratar de golpe

Exército anunciou lei marcial para restaurar a ordem depois de seis meses de protestos que deixaram o país sem um governo funcional

Um soldado tailandês caminha em frente à TV nacional da Tailândia, em Bangcoc (Athit Perawongmetha/Reuters)

Um soldado tailandês caminha em frente à TV nacional da Tailândia, em Bangcoc (Athit Perawongmetha/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 19 de maio de 2014 às 22h25.

Bangcoc - O Exército da Tailândia anunciou a imposição da lei marcial na terça-feira (horário local) para restaurar a ordem depois de seis meses de protestos que deixaram o país sem um governo funcional, mas a medida não constitui um golpe, disseram os militares.

O governo interino ainda está no cargo, afirmou o vice-porta-voz do Exército, coronel Winthai Suvari, após o anúncio surpreendente na televisão às 3h da madrugada de terça-feira (17h de segunda-feira em Brasília).

"Essa lei marcial é apenas para restaurar a paz e a estabilidade, não tem nada a ver com o governo. O governo ainda está funcionando como o normal", disse Winthai à Reuters.

A Tailândia está no limbo político desde que a primeira-ministra Yingluck Shinawatra e nove dos seus ministros foram demitidos em 7 de maio ao serem considerados culpados pela Justiça por abuso de poder. Desde então, um primeiro-ministro interino está à frente do governo.

A crise, o mais recente capítulo de uma disputa de poder de quase uma década entre o ex-primeiro-ministro deposto Thaksin Shinawatra, irmão de Yingluck, e o establishment real levou o país à beira da recessão.

O Exército, que acabou com uma onda de protestos em 2010, tem liderado inúmeros golpes desde que a Tailândia se tornou uma monarquia constitucional em 1932, sendo o último em 2006 para derrubar o ex-magnata das telecomunicações Thaksin.

Tropas estavam fazendo patrulhas em Bangcoc e isolaram a região das emissoras de televisão, disse um general tailandês.

"Nós declaramos um estado de emergência, não é um golpe. Devido à situação, não está estável, eles matam uns aos outros todos os dias", disse à Reuters o general que não quis ser identificado.

"Precisamos da cooperação deles para anunciar ao povo 'não se desesperem, isso não é um golpe de Estado'."

O primeiro-ministro interino, Niwatthamrong Boonsongphaisan, descartou nesta segunda-feira renunciar como forma de tirar o país de uma longa crise política que está prejudicando o crescimento econômico, enquanto os manifestantes antigoverno aumentavam a pressão para destitui-lo e instalar um novo governo.

Os seis meses de tumulto que incluíram protestos violentos e uma eleição geral fracassada está arrastando para baixo a segunda maior economia do Sudeste Asiático, que encolheu 2,1 por cento no primeiro trimestre do ano.

O pleito de 2 de fevereiro foi prejudicado pelos seguidores da oposição e, em seguida, declarado nulo pelo Tribunal Constitucional. Os manifestantes dizem que vão atrapalhar qualquer eleição até que mudanças no sistema eleitoral sejam promovidas.

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