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Exército chinês usa robôs que dançam para melhorar a imagem

Exército da China quer abrandar uma imagem pública sacudida por uma série de escândalos de corrupção

Oficial do Exército de Libertação Popular confere a postura dos soldados, em Pequim (Kim Kyung-Hoon/Reuters)

Oficial do Exército de Libertação Popular confere a postura dos soldados, em Pequim (Kim Kyung-Hoon/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2014 às 22h05.

Pequim/Hong Kong - O exército chinês recorreu a robôs que dançam, serviu hambúrgueres Big Mac e mostrou que os veículos anfíbios podem realmente andar em círculos na mais recente tentativa de abrandar uma imagem pública sacudida por uma série de escândalos de corrupção.

O Exército de Libertação Popular convidou a mídia local e internacional para sua sétima jornada de portas abertas anual, que ocorreu ontem em Pequim.

A Academia de Engenharia das Forças Blindadas, localizada em um subúrbio ao sul de Pequim, foi a sede do evento pela primeira vez.

A reunião deste ano ocorreu semanas depois que Xu Caihou, ex-vice-presidente da Comissão Militar Central, o mais alto corpo militar, foi expulso do Partido Comunista por suborno, um dos mais recentes alvos da campanha do presidente Xi Jinping para erradicar a corrupção do maior exército do mundo em termos de número de membros.

“Quanto aos casos recentes de corrupção, acho que são casos isolados e não representam a imagem geral dos militares”, disse o general de divisão Xu Hang, comandante da academia, aos repórteres.

“Há diversas razões pelas quais as coisas ocorrem à medida que um país cresce e se desenvolve. Nós devemos refletir sobre elas e aprender com isso”.

Do lado de fora, no campo de treino, os cadetes escalavam paredes rochosas e tentavam atravessar percursos com obstáculos.

“É possível ver o futuro do exército chinês neles”, disse o coronel Yang Yujun, porta-voz do Ministério de Defesa Nacional, enquanto observava os cadetes.

“Eles dominam o conhecimento de tecnologias avançadas e serão os oficiais do exército chinês”.

Recrutamento aprimorado

Em uma tentativa de profissionalizar suas forças, o ELP está enfocando recursos para melhorar a qualidade dos recrutas e do treinamento. Os estudantes da academia terão formação universitária e alguns obterão o doutorado.

A China planeja aumentar os gastos com defesa em 12 por cento neste ano, totalizando 808,2 bilhões de yuans (US$ 130,3 bilhões) para reforçar os 2,3 milhões das forças do ELP.

“Eu sempre quis ser soldado”, disse Gao Qingnan, 21, que está no segundo ano da academia da província de Shanxi, enquanto operava equipamentos de laboratório em aula.

“Quis entrar no exército logo depois de sair do colégio, mas também fui muito bem no vestibular. Então, por que não entrar em uma academia militar?”.

Outro cadete, Zhang Xinliang, que em setembro iniciará seu último ano do curso de engenharia, disse que seu currículo – física, matemática, engenharia e mecânica – é semelhante ao oferecido pelas faculdades civis de engenharia.

Os estudantes também têm aulas de inglês, japonês e alemão.

“Está vendo aqueles veículos anfíbios lá fora? Estamos aprendendo sobre os componentes mecânicos deles para que possamos operá-los e consertá-los”, disse.

Círculos em oito rodas

Os cadetes também aprendem a dirigi-los e um deles demonstrou habilidades que talvez sejam consideradas mais próprias de uma pista de corrida de drasgters do que de uma academia militar, fazendo com que o veículo de oito rodas derrapasse em uma série de círculos perfeitos sob o olhar aprovador dos oficiais.

Como se fosse para compensar uma recente explosão de publicidade sobre como o ELP foi obrigado a rebaixar os padrões físicos para atrair recrutas com um nível de educação mais alto, um grupo de cadetes bem malhados escalava uma parede rochosa enquanto outros realizavam treinos de luta.

A academia também treina cadetes de exércitos estrangeiros, com estudantes da Mongólia, do Camboja e de alguns países da África, de acordo com um oficial de treinamento.

Embora os cadetes estrangeiros estivessem presentes nas aulas do vídeo promocional, nenhum deles estava disponível para dar entrevistas.

Após quase quatro horas de treinos de luta, exibições de veículos blindados e entrevistas com cadetes, os representantes da mídia foram conduzidos de volta aos ônibus para a viagem de uma hora até Pequim.

Em cada assento, um saco de papel. Dentro, uma garrafa de água, uma toalha umedecida e um Big Mac quentinho.

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