Refugiados rohingyas: foi confirmada pela primeira vez a existência de uma fossa comum de rohingyas no estado de Rakain (Jorge Silva/Reuters)
AFP
Publicado em 10 de janeiro de 2018 às 18h44.
Forças de segurança birmanesas participaram no massacre de 10 rohingyas em setembro, reconheceu estado-Maior do exército nesta quarta-feira (10), que também admitiu pela primeira vez abusos cometidos durante uma ofensiva que provocou um êxodo maciço da minoria muçulmana do país.
O massacre ocorreu no povoado Inn Din no estado de Rakain, segundo uma mensagem da mesma fonte publicada no Facebook, enquanto aumentavam as tensões entre os rohingyas e as forças de segurança e etnias locais de Rakain, após o assassinato de um vizinho do povoado.
"Alguns habitantes da aldeia de Inn Din e membros das forças de segurança confessaram que mataram 10 terroristas de Bangladesh", disse o oficial em sua mensagem do Facebook, em referência aos rohingyas e culpando os militantes de provocar distúrbios na aldeia.
Na mensagem também confirmou pela primeira vez a existência de uma fossa comum de rohingyas no estado de Rakain, após uma ofensiva liderada pelo exército contra militantes da minoria no final de agosto.
Refugiados rohingyas em Bangladesh narraram em numerosas ocasiões massacres, estupros e torturas perpetrados pelas forças de segurança birmanesas e por organizações criminosas de Rakain.
Essas acusações, que foram confirmadas por meios de comunicação e organizações de direitos humanos, fizeram que os Estados Unidos e a ONU acusassem Mianmar de limpeza étnica e suscitaram dúvidas sobre se a repressão pode ter sido um genocídio.
O exército birmanês tem negado até agora essas acusações, esclarecendo qualquer delito em uma investigação interna.
Em sua explicação sobre o massacre de Inn Dinn o Estado-Maior declarou que as forças de segurança capturaram 10 rohingyas antes de matá-los, enquanto a violência envolvia o povoado e seus arredores.
"Serão tomadas medidas de acordo com a lei contra os habitantes que estiveram envolvidos e os membros de segurança que romperam as regras de compromisso", acrescentou a postagem no Facebook