Um membro do movimento anti-Síria 14 de março discute com membros da força de segurança libanesa: três morreram e dezenas ficaram feridos em choques entre manifestantes (AFP)
Da Redação
Publicado em 22 de outubro de 2012 às 09h18.
Beirute - O exército libanês começou a atuar para acabar com o caos nas ruas de Beirute e outras partes do país após o assassinato na sexta-feira em um atentado do chefe dos serviços de Inteligência da Polícia, general Wisan al-Hassan.
As televisões locais mostraram imagens de soldados em tanques e a pé entrando em alguns bairros de Beirute de maioria sunita, onde era possível ver indivíduos armados e com máscaras.
Um desses distritos é o de Qasqas, onde ocorreram distúrbios até a manhã de hoje. Os soldados estão realizando buscas e suspeitos de fomentar os enfrentamentos foram presos.
Ontem à noite, segundo meios de comunicação libaneses, pelo menos três pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em choques entre manifestantes em diferentes pontos do país, como a capital e Trípoli.
O funeral de Hassan foi realizado ontem em Beirute e após a cerimônia ocorreram choques entre as forças de segurança e os manifestantes que tentaram invadir a sede do governo.
Durante a cerimônia, o ex-primeiro-ministro e chefe do grupo opositor Futuro, Fouad Siniora, pediu a renúncia do chefe do Governo libanês, Najib Mikati.
Siniora acusou Mikati de ser "responsável" pela morte de Hassan no atentado com um carro-bomba de sexta-feira, no qual morreram outras duas pessoas e 126 ficaram feridas.
"Não podemos aceitar mais a proteção política dos assassinos. Queremos um governo que proteja os libaneses e não só a uma parte deles", discursou.
O atentado aumentou a tensão no Líbano, dividido entre partidários e detratores do regime sírio de Bashar al Assad. A situação é mais grave principalmente nas áreas de maioria sunita, comunidade a qual pertencia Hassan.
O ex-chefe dos serviços de Inteligência comandou as investigações que apontaram o ex-ministro libanês Michel Samaha e o chefe da Segurança síria, Ali Mamluk, de terem planejado atentados contra líderes políticos e religiosos antisírios no Líbano.