O blogueiro Wael Ghonim, um cibermilitante que virou símbolo do movimento popular no Egito, escreveu nesta sexta-feira em seu Twitter: "Parabéns ao Egito, o criminoso deixou o palácio", após o anúncio da renúncia do presidente Hosni Moubarak (Alejandro Pagni/AFP)
Da Redação
Publicado em 15 de abril de 2011 às 23h51.
Washington - O executivo da Google que se tornou uma das principais vozes da revolta do Egito, Wael Ghonim, repreendeu as elites por ter apoiado Hosni Mubarak, ao participar nesta sexta-feira de um encontro de representantes das finanças internacionais.
"Na verdade, sinto-me como Joe, o encanador", disse Ghonim, arrancando risos depois de ser apresentado em um painel na sede do Fundo Monetário Internacional, referindo-se ao encanador cujas perguntas ao então candidato à presidência Barack Obama o lançaram à fama nacional.
Vestido com uma calça Levi's gasta, uma camiseta e mocassins, Ghonim, de 30 anos, participou de um painel sobre a juventude e o trabalho no Oriente Médio e no norte da África, onde é diretor de marketing da Google.
Ghonim tornou-se uma estrela da internet após administrar uma página no Facebook que ajudou a desencadear a revolta que culminou na queda de Mubarak.
"Para mim, o que acontecia (no Egito) era um crime, não um erro", disse.
Ele qualificou ainda as instituições internacionais e elites do mundo como "sócios no crime" por seu apoio ao regime de Mubarak. "Muita gente sabia que as coisas não iam bem", acrescentou.
Utilizando uma pulseira com a data de 25 de janeiro de 2011 impressa, o dia em que Mubarak caiu, Ghonim afirmou: "Queríamos recuperar nossa dignidade".
"O Egito tem câncer e são necessários investimentos, empresas e trabalhos que paguem um salário digno", acrescentou.
Após as discussões, Ghonim foi rodeado por membros do auditório, que o parabenizaram e tiraram fotografias com ele.