Mundo

Executivo do Google detido no Egito é ativista, diz jornal

Segundo o 'The Wall Street Journal', Wael Ghuneim auxiliou o movimento de ElBaradei e de outros líderes da oposição a Mubarak

Wael Ghuneim teria ajudado a organizar os protestos no Egito (Peter Macdiarmid/Getty Images)

Wael Ghuneim teria ajudado a organizar os protestos no Egito (Peter Macdiarmid/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de fevereiro de 2011 às 15h42.

Nova York - Wael Ghuneim, o executivo da Google que, segundo sua família, poderia ser libertado pelas autoridades egípcias nesta segunda-feira, teve "um papel de destaque" como ativista nos meses anteriores aos protestos, afirma o jornal "The Wall Street Journal".

Ghuneim, diretor de marketing da Google para o Oriente Médio e o Norte da África, trabalhou durante meses na criação de uma das páginas do Facebook que se transformou em plataforma virtual para os manifestantes e, além disso, colaborou no lançamento da campanha do líder opositor e Nobel da Paz Mohamed ElBaradei na internet.

Um dos assistentes de ElBaradei declarou ao "The Wall Street Journal" que Ghuneim era um dos quatro administradores dessa página no Facebook e foi quem criou a página na internet através da qual o Nobel da Paz se dirigia a seus seguidores. Além disso, ele oferecia assessoria tecnológica gratuita a vários grupos opositores.

O jornal afirma que não está claro qual foi o papel desempenhado por Ghuneim durante os protestos, mas assegura que, segundo sua família e o magnata Najib Sawiris, o executivo da Google teria sido detido pelas autoridades egípcias por seu envolvimento na campanha que estimulou os protestos.

Sua família e Sawiris afirmaram ao jornal nova-iorquino que Ghuneim será libertado nesta segunda-feira.

Pai de dois filhos, Ghuneim tinha ido de Dubai para o Egito em viagem de negócios e participou dos protestos na praça Tahrir.

Sua família notou seu desaparecimento quando ele não compareceu a um encontro com seu irmão em 28 de janeiro e eles se deram conta de que seus telefones estavam desligados.

A Anistia Internacional (AI) alertou no domingo que Ghuneim corre o risco de sofrer tortura e maus tratos, enquanto fontes ligadas a ElBaradei revelaram ao "The Wall Street Journal" que, desde o desaparecimento do funcionário da Google, as autoridades egípcias detiveram oito membros da equipe tecnológica que assessora o líder opositor.

Segundo o jornal, desde seu desaparecimento Ghuneim se transformou em um símbolo dos protestos contra o Governo egípcio e em um herói na luta pela democracia. Muitos dos manifestantes levam cartazes que exigem sua libertação.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaEgitoEmpresasEmpresas americanasEmpresas de internetempresas-de-tecnologiaGoogleTecnologia da informação

Mais de Mundo

Putin sanciona lei que anula dívidas de quem assinar contrato com o Exército

Eleições no Uruguai: Mujica vira 'principal estrategista' da campanha da esquerda

Israel deixa 19 mortos em novo bombardeio no centro de Beirute

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA