POLARIZAÇÃO: “os republicanos nunca foram tão conservadores e os democratas não tão liberais desde 1897”. / REUTERS/Carlos Barria/File Photo (Carlos Barria/Reuters)
Fabiane Stefano
Publicado em 10 de novembro de 2020 às 12h11.
Última atualização em 10 de novembro de 2020 às 12h43.
Joe Biden foi eleito o próximo presidente dos EUA e, após quatro anos de Donald Trump, a Casa Branca volta ao controle dos democratas. Mas não antes dos dois últimos meses do mandato do republicano , que segue firme na judicialização da eleição e não promete uma transição pacífica e dentro dos protocolos como aconteceu há quatro anos na própria posse de Trump.
"Pelas denúncias que têm aparecido até aqui, eu acredito que o temor de uma grande confusão judicial está afastado, porque tudo tem sido desmentido muito rapidamente", explica o jornalista Sérgio Teixeira Jr, que de Nova York cobre as eleições americanas para a Exame, no novo episódio do podcast EXAME Política — Temporada Eleições Americanas, que discute os grandes tópicos da eleição nos Estados Unidos em menos de 30 minutos.
Mas enquanto Trump faz de tudo para atrasar o caminho de Biden para o Salão Oval, o presidente eleito já se prepara para assumir o cargo junto com sua vice, Kamala Harris, a primeira mulher negra a alcançar esse posto nos EUA - cuja as chances de ser candidata em 2024 são grandes.
Apesar da derrota republicana, é importante lembrar que Donald Trump recebeu o voto de 71 milhões de americanos - o que permite o desenho de vários cenários para o futuro do partido, que nos últimos quatro anos se moldou à imagem de Trump.
"Trump certamente continuará fazendo barulho, seja como político ou fazendo o que ele faz de melhor, que é se autopromover", comenta Teixeira Jr. "Já o partido, que desde 2016 assumiu essa postura populista, nacionalista e protecionista, terá que decidir se continua com esse posicionamento ou se pende mais para o centro."
Para Moura, ambos os partidos têm desafios pela frente. Enquanto os democratas precisam se reconectar com as cidades menores e com a população rural, os republicanos precisam olhar para a população mais jovem e urbana, tradicionalmente democrata, e que só tende a crescer.
"Eu não me surpreenderia se as próximas lideranças republicanas viessem, por exemplo, da Flórida, onde os novos políticos do partido são mais jovens", analisa o pesquisador.
Mediado pela editora de macroeconomia da EXAME, Fabiane Stefano, o podcast EXAME Política vai ao ar todas as sextas-feiras com os principais temas da eleição americana. Clique aqui para ver o canal no Spotify, ou siga em sua plataforma de áudio preferida, e não deixe de acompanhar os próximos programas.