Emblema da Otan: "a comunidade euro-atlântica precisa de um Reino Unido ativo e comprometido" (John Thys/AFP)
Da Redação
Publicado em 10 de maio de 2016 às 12h29.
A saída britânica da União Europeia (UE) prejudicaria a segurança europeia e apequenaria o Reino Unido, advertiram cinco ex-secretários-gerais da Otan, ao mesmo tempo em que vários ex-secretários de Defesa e de Estado americanos também se pronunciaram contra a iniciativa.
Em uma carta publicada no jornal The Daily Telegraph, os secretários da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) afirmam que a saída minaria a aliança militar "e ajudaria os inimigos do Ocidente", além de "levar indubitavelmente a uma perda da influência britânica".
Os signatários são Peter Carington, Javier Solana, George Robertson, Jaap de Hoop Scheffer e Anders Fogh Rasmussen, que afirmam observar com "crescente preocupação" o debate sobre o referendo de 23 de junho.
"Dada a magnitude e diversidade dos desafios à paz e estabilidade que enfrentamos coletivamente, a comunidade euro-atlântica precisa de um Reino Unido ativo e comprometido", ressaltam.
Em outra carta, publicada no jornal The Times, um grupo de 13 americanos, incluindo ex-secretários de Estado e Defesa, assim como autoridades da Segurança Nacional, afirmam que a Europa ficaria "perigosamente debilitada" no caso de vitória da saída da UE.
Além disso, alertaram que os britânicos não devem pensar na "relação especial" com Washington.
"O lugar e a influência do Reino Unido no mundo diminuiriam e a Europa sairia debilitada", escreveram.
"A relação especial entre nossos países não compensaria a perda de influência e ascendência que o Reino Unido sofreria se deixasse de integrar a UE".
Entre os signatários estão George Shultz, Madeleine Albright, Bob Gates e Leon Panetta, que, nesta questão, compartilham o ponto de vista que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, expressou em sua visita a Londres no mês passado.
O ex-ministro da Defesa britânico Liam Fox, favorável à saída da UE, criticou os autores das cartas.
"Muitas destas pessoas são de uma era muito diferente da atual", disse à BBC.