Bush: além dele, seu ex-secretário de Defesa Donald Rumsfeld também está envolvido nas acusações (Alex Wong/Getty Images)
AFP
Publicado em 20 de julho de 2017 às 15h17.
Última atualização em 20 de julho de 2017 às 15h19.
Ex-prisioneiros franceses de Guantánamo, que apresentaram uma denúncia por prisão arbitrária e tortura, solicitaram uma audiência na França para o ex-presidente americano George W. Bush e seu ex-secretário de Defesa Donald Rumsfeld por seu envolvimento em medidas ligadas à chamada "guerra ao terror".
A investigação judicial aberta em 2005 depois de uma denúncia apresentada pelos franceses Nizar Sassi e Mourad Benchellali, concluiu sem que nenhum dirigente fosse processado.
O ex-presidente dos Estados Unidos (2001-2009) "ratificou em 17 de setembro de 2001 uma diretriz que autoriza à CIA matar, capturar, deter, interrogar pessoas pessoas suspeitas de pertencer à Al-Qaeda e autorizou o uso da tortura", assinala o pedido ao qual a AFP teve acesso.
Em relação a Donald Rumsfeld, "o próprio FBI indicou que o fato de cobrir a cabeça dos prisioneiros, ameaçá-los e usar técnicas com o objetivo de humilhá-los eram validados dentro do departamento de Defesa americano", acrescenta o texto.
Nizar Sassi e Mourad Benchellali foram detidos no Paquistão depois do 11 de setembro de 2001 e entregues ao exército americano. Ficaram em Guantánamo até 2004.
Depois foram devolvidos à França, onde foram condenados a um ano de prisão por terem viajado, entre 2000 e 2001, ao Afeganistão com motivações jihadistas.