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Ex-príncipe Andrew: por relação com Jeffrey Epstein, governo retira seus títulos

Decisão extraordinária encerra vínculos oficiais do ex-membro da família real com cargos, patentes e residência vinculada ao Palácio de Buckingham.

Fontes do Palácio indicam que Andrew deve receber uma compensação financeira única e uma renda anual vitalícia como parte de um acordo para facilitar sua transição para a vida privada. (Getty Images)

Fontes do Palácio indicam que Andrew deve receber uma compensação financeira única e uma renda anual vitalícia como parte de um acordo para facilitar sua transição para a vida privada. (Getty Images)

Ana Dayse
Ana Dayse

Colaboradora

Publicado em 2 de novembro de 2025 às 13h08.

O governo do Reino Unido anunciou neste domingo, 2, que vai remover do Príncipe Andrew o título honorário de vice-almirante, reiterando uma série de perdas de honrarias que ele vinha acumulando desde seu envolvimento na controvérsia ligada a Jeffrey Epstein. A medida marca mais um capítulo na evolução do papel de Andrew dentro da Monarquia Britânica e suas conexões com o governo britânico.

Entenda:

  • Andrew, formalmente agora conhecido como Andrew Mountbatten‑Windsor, foi destituído do último título militar que detinha;
  • Na semana anterior, o Rei Charles III, embasado em prerrogativa real, ordenou a retirada de todos os títulos reais remanescentes, incluindo “Príncipe”, “Duque de York”, entre outros;
  • Andrew terá que deixar a residência oficial no Royal Lodge, em Windsor, e se mudar para acomodação privada, segundo comunicado do Palácio.

A movimentação ocorre após crescente pressão pública e midiática sobre os vínculos de Andrew com Jeffrey Epstein e a divulgação de e-mails que sugerem continuidade do contato entre eles, mesmo após seu suposto afastamento.

A parceira do governo britânico, a Coroa, tem classificando a medida como necessária “não obstante o fato de ele negar as acusações”, segundo declaração oficial.

Essa é uma das ações mais radicais desse tipo nas últimas décadas, comparável apenas a casos históricos de revogação de títulos por motivos políticos ou militares.

Em 17 de outubro, o portal oficial da família real britânica já havia publicado uma renúncia em nome de Andrew:

"Em conversa com o Rei e com minha família imediata e ampliada, concluímos que as acusações contínuas a meu respeito distraem o foco do trabalho de Sua Majestade e da Família Real. Decidi, como sempre fiz, colocar meu dever para com minha família e meu país em primeiro lugar. Mantenho minha decisão, tomada há cinco anos, de me afastar da vida pública.

Com o acordo de Sua Majestade, sentimos que agora devo dar um passo além. Portanto, deixarei de usar meu título e as honrarias que me foram concedidas. Como já declarei anteriormente, nego veementemente as acusações feitas contra mim."

O que muda para a família real britânico com a perda de títulos de Andrew?

Com Andrew fora do âmbito de atividades oficiais, a dinâmica institucional da família real britânica sofre um recuo simbólico. A decisão reforça uma linha de conduta da Coroa em distanciar-se de figuras cujas condutas são consideradas incompatíveis com o papel público institucional.

Por ora, a linha de sucessão ao trono permanece inalterada, uma vez que somente lei do Parlamento poderia remover Andrew da sucessão, algo que o governo afirmou não ter em pauta.

Restam em análise questões sobre remuneração vitalícia e pacote de apoio financeiro que Andrew poderá receber após a mudança — a imprensa internacional indica que o rei estaria negociando um montante único e uma renda anual.

Além disso, seguem questionamentos sobre como será sua nova vida fora dos privilégios oficiais: sem títulos ativos, sem residência oficial, e com visibilidade pública reduzida.

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