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Ex-primeiro-ministro da Tailândia, Thaksin Shinawatra, é condenado a um ano de prisão

Decisão do tribunal de Bangcoc levou em conta crimes relacionados a abuso de poder

Agência o Globo
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Publicado em 9 de setembro de 2025 às 10h21.

O ex-primeiro-ministro da Tailândia, Thaksin Shinawatra, figura influente e polarizadora da política tailandesa, foi condenado nesta terça-feira a cumprir um ano de prisão por condenações anteriores. A decisão marca mais um revés em sua trajetória política e vem poucos dias após a destituição de sua filha, Paetongtarn Shinawatra, do cargo de primeira-ministra.

Aos 76 anos, Thaksin foi intimado pela Suprema Corte a se apresentar ainda hoje a uma penitenciária de Bangcoc.

O caso remonta a 2023, quando o ex-premier retornou inesperadamente à Tailândia após anos de autoexílio. Deposto por um golpe militar, ele havia sido condenado à revelia por corrupção e abuso de poder. No retorno, Thaksin recebeu uma pena de oito anos de prisão, mas alegou problemas de saúde e foi transferido para um hospital.

Thaksin passou seis meses em uma suíte VIP da unidade médica e foi liberado após obter um indulto real, que reduziu sua sentença. Nesta terça-feira, porém, um colegiado de cinco juízes concluiu que seu quadro clínico na época — com dores no peito, hipertensão e baixa oxigenação no sangue — não justificava a permanência hospitalar.

Reações e declarações de Thaksin

Thaksin reagiu com calma à nova sentença e chegou até a sorrir ao ouvir o veredicto. Suas filhas e genros acompanharam a sessão no plenário. Após a saída dos magistrados, Paetongtarn foi até o pai para conversar.

Em comunicado divulgado após a decisão, Thaksin disse aceitar a pena, afirmando que queria "olhar para frente, encerrar tudo do passado — sejam batalhas judiciais ou conflitos relacionados a mim". "De hoje em diante, embora eu possa perder minha liberdade, ainda mantenho a liberdade de pensamento em benefício da nação e de seu povo", afirmou. Ele ainda disse que pretende dedicar o restante de sua vida a servir "à monarquia, à Tailândia e ao seu povo".

Para analistas, a prisão pode até fortalecer seu capital político. "A indústria do ‘Eu odeio Thaksin’, que existe há 20 anos, não teria mais nada para odiar", avaliou Isra Sunthornvut, diretor do escritório da consultoria Vriens & Partners na Tailândia.

Bilionário das telecomunicações, Thaksin entrou em choque com o establishment militar e monarquista desde que chegou ao poder, em 2001. Reeleito, acabou deposto por um golpe e se exilou voluntariamente, passando a maior parte do tempo em Dubai. Ainda assim, manteve influência decisiva nos rumos do país.

Seu retorno em 2023, segundo analistas, só foi possível com a anuência velada de antigos adversários. Naquele momento, o grande alvo dos monarquistas era o progressista Partido Avançar (Move Forward), vencedor das eleições daquele ano.

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