Mundo

Ex-primeira-dama do Peru pede ao STF que impeça prisão ou extradição do Brasil

Casada com o ex-presidente Ollanta Humala, Nadine Heredia recebeu asilo diplomático no Brasil, após casal ser condenado a 15 anos de prisão por receber contribuições ilegais da Odebrecht

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 6 de novembro de 2025 às 20h39.

Tudo sobrePeru
Saiba mais

A ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, entrou com um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para evitar qualquer ordem de prisão ou extradição dela para o Peru.

Casada com o ex-presidente Ollanta Humala, Heredia recebeu asilo diplomático no Brasil e busca a anulação de todas as provas obtidas por meio da cooperação entre as autoridades brasileiras e peruanas, especialmente aquelas relacionadas aos sistemas utilizados pela empreiteira Odebrecht, hoje Novonor.

Em abril, Humala e Heredia foram condenados a 15 anos de prisão por receberem contribuições ilegais da Odebrecht durante as campanhas eleitorais de 2006 e 2011. Enquanto o ex-presidente foi preso, sua esposa recebeu asilo e foi transferida para o Brasil em um voo da Força Aérea Brasileira (FAB).

A defesa de Heredia argumenta no STF que, apesar de ela ter recebido asilo, a Justiça peruana emitiu um mandado de prisão contra ela. Os advogados destacam que, caso a prisão seja executada, isso contraria decisões anteriores da Corte que invalidaram as provas relacionadas à Odebrecht, inclusive no caso de Humala.

"Autorizar a realização do ato cooperacional equivalerá a cooperar com a continuidade de um processo penal baseado em prova ilícita, indiscutivelmente inidônea, conforme já reconhecido por esse Supremo Tribunal Federal", diz a petição.

O pedido de Nadine Heredia ainda não foi distribuído no Supremo Tribunal Federal (STF), mas os advogados solicitaram que seja analisado pelo ministro Dias Toffoli, relator de diversos processos que questionam a validade das provas obtidas através do acordo de leniência da Odebrecht, usando os sistemas Drousys e My Web Day.

Em 2023, o ministro já havia declarado que as provas contra o ex-presidente Ollanta Humala eram imprestáveis. Agora, a defesa de Heredia busca que essa decisão seja estendida a ela, argumentando que a ex-primeira-dama "responde aos mesmos fatos no mesmo processo penal em andamento no Peru."

Nas decisões em que anula provas, Toffoli tem fundamentado seu posicionamento no fato de que não é possível verificar a cadeia de custódia das evidências, ou seja, o conjunto de procedimentos que assegura a integridade das provas.

(Com informações da Agência O GLOBO)

Acompanhe tudo sobre:PeruDiplomaciaItamaraty

Mais de Mundo

China questiona barreiras a produtos e adia repasse a Fundo de Florestas

Governo Trump diz ao Congresso que não há plano de ataque contra Venezuela

Após agressão, presidente do México cria plano nacional contra abuso sexual

Autoridades portuguesas interceptam submarino com 1,7 tonelada de cocaína