França: o atual presidente francês, Emmanuel Macron, foi ministro da Economia do governo de Hollande (Philippe Wojazer/Reuters)
AFP
Publicado em 11 de abril de 2018 às 11h40.
O ex-presidente francês François Hollande acusa o sucessor Emmanuel Macron de "aprofundar a desigualdade" com suas reformas favoráveis às empresa, em um livro lançado esta semana.
O livro de mais de 400 páginas com o título "Lições do Poder" faz um balanço sobre o mandato turbulento de Hollande, marcado por ataques terroristas e pela crise econômica.
A obra dá várias alfinetadas em Macron, de 40 anos, que foi ministro da Economia do governo de Hollande.
"Meu governo reduziu as desigualdades. Este está piorando", escreveu o político socialista, que deixou a presidência no ano passado como o chefe de Estado mais impopular da história da V República.
O ex-presidente também alerta Macron sobre os riscos do excesso de confiança, sobretudo na política internacional, área em que o presidente é muito ativo.
"Para ele (Macron), afirmar claramente sua vontade e muita sedução solucionam tudo. É seu método".
Sem afirmar de maneira explícita, ele acusa seu ex-ministro de traição nas sombras.
"Eu sempre aceitei a competição política, mas acho que deve ser assumida com franqueza. E vamos admitir que não foi o caso."
Hollande deixou o poder como o presidente mais impopular na história recente da França. O índice de aprovação de Macron atualmente é de 55%, segundo uma pesquisa Ifop-Fiducial publicada na terça-feira.
Apesar das muitas críticas ao balanço de seu governo, Hollande afirma no livro que deixou uma economia "revigorada".
"Deixei para Emmanuel Macron uma França em melhor situação do que eu a encontrei", garante.