Ahmadinejad: ele também havia escrito para os ex-presidentes George W. Bush e Barack Obama. (.)
Estadão Conteúdo
Publicado em 26 de fevereiro de 2017 às 09h40.
Teerã - O ex-presidente do Irã Mahmoud Ahmadinejad enviou neste domingo uma carta para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Apesar de adotar um tom levemente conciliatório, ele abordou a imigração e disse que, no mundo contemporâneo, "os EUA pertencem a todas as nações".
Não é a primeira vez que Ahmadinejad envia cartas a um presidente norte-americano. Ele também havia escrito para os ex-presidentes George W. Bush e Barack Obama.
Na carta de mais de 3,5 mil palavras, o iraniano critica Trump pela proibição de entrada nos EUA imposta a sete países de maioria muçulmana, inclusive o Irã.
A carta também mira melhorar a imagem de Ahmadinejad domesticamente depois que o Líder Supremo da nação o advertiu para que não disputasse as próximas eleições presidenciais de maio.
O texto da carta foi publicado pela imprensa iraniana. Nele, Ahmadinejad considera que Trump venceu as eleições ao "verdadeiramente descrever o sistema político dos EUA e a estrutura eleitoral como corruptos".
Ahmadinejad diminuiu a "dominância" dos EUA na Organização das Nações Unidas (ONU) e disse que a atuação dos norte-americanos em outros países trouxe "insegurança, guerra, divisão, morte".
O ex-presidente do Irã ainda ressaltou que 1 milhão de pessoas de ascendência iraniana vivem nos Estados Unidos, afirmando que policiais do país deveriam "valorizar e respeitar a diversidade das nações e das raças".
"Em outras palavras, os EUA do mundo contemporâneo pertencem a todas as nações, incluindo os nativos da terra", escreveu. "Ninguém pode considerar a si mesmo o dono e ver os outros como imigrantes".
A carta não faz qualquer menção ao programa nuclear iraniano. Sob Ahmadinejad, o país foi submetido a pesadas sanções enquanto o governos do Ocidente temiam que o Irã poderia promover a construção de armas atômicas.
O atual presidente Hassan Rouhani firmou um acordo nuclear com potências mundiais, incluindo o governo Obama. Trump prometeu em campanha renegociar o acordo, sem dar detalhes.
Fonte: Associated Press.