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Ex-presidente do Egito diz que não ordenou mortes em 2011

Mubarak foi condenado à prisão perpétua em 2012 por ser cúmplice nas mortes de manifestantes e por violar a lei e a ordem durante o levante contra seu governo


	Mubarak: político, que é julgado junto a seus filhos e outras autoridades, também negou as acusações de corrupção
 (AFP)

Mubarak: político, que é julgado junto a seus filhos e outras autoridades, também negou as acusações de corrupção (AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de agosto de 2014 às 11h14.

Cairo - O ex-presidente do Egito, Hosni Mubarak, negou nesta quarta-feira em julgamento que tenha ordenado as mortes de manifestantes durante a revolta de 2011 que encerrou seu regime que já durava 30 anos.

Mubarak foi condenado à prisão perpétua em 2012 por ser cúmplice nas mortes de manifestantes e por violar a lei e a ordem durante o levante contra seu governo, que durou 18 dias. Mas uma corte de apelações ordenou a realização de um novo julgamento. 

Ele foi absolvido dessas acusações, mas está cumprindo uma sentença de três anos não relacionada às manifestações, mas sim a um caso de fraude em um hospital militar no Cairo. 

Mubarak, que é julgado junto a seus filhos e outras autoridades, também negou as acusações de corrupção e disse que havia servido fielmente a seu país por 62 anos, primeiro como oficial militar e depois como presidente. 

"Hosni Mubarak, que está hoje perante vocês, não ordenou a morte de manifestantes ou o derramamento de sangue de egípcios”, disse ele à corte, lendo uma declaração preparada.

“E eu não emiti uma ordem para causar caos e não emiti uma ordem para criar um vácuo de segurança." Muitos egípcios que viveram durante as três décadas de autocracia sob o regime de Mubarak consideraram uma vitória ver ele e seus aliados atrás das grades. 

Mas desde a deposição do presidente Mohamed Mursi no ano passado, pelo então chefe do Exército e agora presidente Abdel Fattah al-Sisi, alguns aliados da era Mubarak foram libertados, aumentando as preocupações entre ativistas de que o velho regime tenha reconquistado influência. 

Sisi prometeu que a Irmandade Muçulmana, agremiação de Mursi, deixaria de existir sobre seu comando. 

Centenas de ativistas islâmicos morreram e milhares foram presos no ano passado, muitos dos quais sentenciados à morte em julgamentos em massa que levantaram protestos de governos ocidentais e grupos de direitos humanos.  O juiz disse que o veredicto no caso de Mubarak deve sair em 27 de setembro.

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