Cidade de N’Djamena, em Chade: O governo de Habré se caracterizou por uma continua violação dos direitos humanos (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 24 de julho de 2012 às 19h43.
Dacar - O ex-presidente do Chade, Hissène Habré, acusado de crimes contra a humanidade, comparecerá perante um tribunal africano extraordinário antes do final de 2012, em um processo que durará três anos, assegurou a ministra da Justiça do Senegal, Aminata Touré.
A ministra senegalesa confirmou assim a vontade do Senegal de organizar o processo de Habré, exigência reiterada na quinta-feira passada pela Corte Internacional de Justiça de Haia.
Em uma sentença adotada, a CIJ de Haia ordenou o Senegal a julgar sem demora o ex-ditador chadiano ou, caso contrário, extraditá-lo a um país disposto a organizar seu processo.
Segundo Aminata Touré, uma equipe de especialistas senegaleses e africanos que encerrou hoje seus trabalhos balizou a via para tornar possível a abertura do processo como previsto antes do fim do ano e conforme o anunciado pelo presidente do Senegal, Macky Sall.
''O processo de Hissène Habré será uma novidade, pois pela primeira vez na história será organizado no continente africano o julgamento de um antigo líder africano'', afirmou a ministra.
O governo de Habré se caracterizou por uma continua violação dos direitos humanos. Durante seu mandato, entre 1982 e 1990, estima-se que 40 mil pessoas tenham sido assassinadas em crimes políticos.