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Ex-presidente alemão se despedirá em meio a boicote

Além do escândalo pela pensão vitalícia que receberá, Wulff não contará com a presença de seus quatro antecessores no evento de sua partida oficial

Wulff apresentou a demissão em 17 de fevereiro, após dois meses de escândalo contínuo por suposto coleguismo e corrupção  (Wolfgang Kumm/AFP)

Wulff apresentou a demissão em 17 de fevereiro, após dois meses de escândalo contínuo por suposto coleguismo e corrupção (Wolfgang Kumm/AFP)

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Da Redação

Publicado em 6 de março de 2012 às 11h17.

Berlim - O ex-presidente alemão Christian Wulff, que renunciou em fevereiro entre suspeitas de corrupção, se despedirá do cargo nesta quinta-feira em meio ao escândalo pela pensão vitalícia que receberá e ao boicote de seus quatro antecessores no cargo, que não comparecerão à sua partida protocolar.

'Ode à Alegria', de Ludwig van Beethoven, e 'Over the Rainbow' são duas das peças musicais escolhidas pelo próprio Wulff para a cerimônia militar da quinta-feira, segundo o programa divulgado nesta terça-feira pela presidência.

A manutenção do ato, com o qual presidentes, chanceleres e ministros da Defesa se despedem de seus cargos segundo o protocolo alemão, gerou uma polêmica que foi potencializada pelo fato de que Wulff insiste em seu direito de receber a pensão de 200 mil euros ao ano e seguir dispondo de automóvel oficial e escritório.

Seus quatro antecessores vivos - Walter Scheel, do Partido Democrático-Liberal (FDP) e Richard von Weizsäcker, Roman Herzog e Horst Köhler, da União Democrata-Cristã (CDU), como Wulff - não comparecerão ao ato, assim como nenhum representante da cúpula social-democrata, verde e da Esquerda, as três forças da oposição.

Será uma despedida repleta de controvérsia, já que apesar de seu antecessor direto, Köhler, também ter deixado o cargo prematuramente, por relacionar a missão do Afeganistão com os interesses econômicos da Alemanha, não se considerou que o fizesse envolvido em desonra.

Köhler teve sua cerimônia de despedida ao deixar o cargo em junho de 2010, mas o caso de Wulff gerou uma forte polêmica pelos danos que as suspeitas de corrupção causaram ao máximo cargo institucional do país. O posto de presidente é meramente representativo na Alemanha, mas tem um caráter de autoridade moral.

Wulff apresentou a demissão em 17 de fevereiro, após dois meses de escândalo contínuo por suposto coleguismo e corrupção na época em que era chefe do governo do estado da Baixa Saxônia.

A escolha de seu sucessor ocorrerá em 18 de março, para a qual há uma cômoda vitória de Joachim Gauck, dissidente nos tempos da extinta Alemanha comunista e candidato acertado entre o governo e a oposição social-democrata-verde.

Gauck, pastor protestante e independente, conta com o apoio da grande maioria dos 1,24 mil votos da Assembleia Federal, órgão integrado pelos 620 deputados do Bundestag (Câmara Baixa), mais o mesmo número de designados dos estados.

Esta será a segunda vez que ele se apresenta à eleição para o cargo, depois que em 2010 foi derrotado por Wulff, a quem Merkel designou candidato para cobrir o vazio deixado pela demissão de seu correligionário Köhler. EFE

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