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Ex-premier paquistanês começa marcha em protesto por inabilitação

Nawaz Sharif foi inabilitado por desonestidade pelo Tribunal Supremo por não revelar investimentos que recebia de uma empresa de seu filho

Nawaz Sharif: o ex-primeiro ministro renunciou em 28 de julho (Lintao Zhang/Getty Images)

Nawaz Sharif: o ex-primeiro ministro renunciou em 28 de julho (Lintao Zhang/Getty Images)

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EFE

Publicado em 9 de agosto de 2017 às 11h50.

Islamabad - O ex-primeiro-ministro do Paquistão Nawaz Sharif começou nesta quarta-feira uma carreata que vai durar alguns dias entre Islamabad, capital do país, e a cidade de Lahore, o seu reduto político, em um gesto de força e protesto depois de ser inabilitado por desonestidade pelo Tribunal Supremo.

A marcha começou de manhã, com 7 mil pessoas acompanhando o ex-governante, que nos últimos dias insistiu que é injusta a inabilitação por não declarar o pagamento que recebia da empresa de um filho.

"Estamos contigo!", gritavam os seguidores do político.

Além do público, 800 veículos escoltaram Sharif em Islamabad, conforme informou à Agência Efe o porta-voz da Polícia da capital, Mohamed Kashif. Sharif vai percorrer 300 quilômetros de carro até Lahore nos próximos dias, com diversas paradas para realizar comício.

Antes de sair, ele se reuniu com importantes figuras do partido que lidera, a Liga Muçulmana do Paquistão (PNML), e membros do governo, entre eles o novo premier, Shahid Khaqan Abbasi, escolhido por ele mesmo como sucessor e confirmado pelo parlamento.

Imran Khan, líder do opositor Pakistan Tehreek-e-Insaf (PTI), e que coordenou os protestos que acabaram com a demissão de Sharif, criticou a viagem do rival.

"É estranho que um homem que foi inabilitado planeje viajar para dizer às pessoas que é inocente", afirmou Khan em coletiva de imprensa.

Este tipo de ato é comum no política paquistanesa e no último ano Khan fez várias para pressionar o ex-governante.

Sharif renunciou em 28 de julho, depois que o Tribunal Supremo o desabilitou por não revelar investimentos que recebia de uma empresa de um de seus filho nos Emirados Árabes, irregularidade revelada durante uma investigação aberta por causa do Panama Papers. O Supremo usou na sentença um artigo de origem islâmica da Constituição que estabelece que o governante deve ser "honesto e reto" para se manter no mandato.

Os Panama Papers revelaram em abril do ano passado que três dos quatro filhos de Sharif criaram empresas nas Ilhas Virgens Britânicas, o que levou o Supremo a investigar a situação um ano depois do início dos protestos da oposição. EFE

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