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Ex-premiê francês duvida de vínculo entre Merah e Al Qaeda

Merah assassinou três militares, três crianças judias e o pai de duas delas nas cidades de Toulouse e Montauban

O assassino acumulava mais de 15 penas por crimes comuns e tinha contatos conhecidos com círculos salafistas e estâncias no Afeganistão e Paquistão (AFP)

O assassino acumulava mais de 15 penas por crimes comuns e tinha contatos conhecidos com círculos salafistas e estâncias no Afeganistão e Paquistão (AFP)

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Da Redação

Publicado em 23 de março de 2012 às 15h49.

Manaus - O ex-primeiro-ministro francês Dominique de Villepin afirmou nesta sexta-feira, durante um evento no Brasil, que considera difícil estabelecer um vínculo real entre o jovem Mohammed Merah, autor confesso do massacre de sete pessoas nas cidades Toulouse e Montauban, e a organização terrorista Al Qaeda.

'Temos uma dificuldade em estabelecer um vínculo real entre a pessoa que cometeu o massacre e a Al Qaeda, embora ele dissesse que pertencesse à Al Qaeda', assinalou De Villepin durante uma entrevista coletiva no Fórum Mundial de Desenvolvimento Sustentável realizado em Manaus.

O terrorista, um francês de origem argelina e 23 anos de idade que morreu na quinta-feira por um tiro na cabeça durante o cerco policial à casa onde se escondeu durante mais de 32 horas, disse ter agido sozinho, mas em nome da Al Qaeda.

Merah assassinou três militares, três crianças judias e o pai de duas delas nas cidades de Toulouse e Montauban.

No entanto, para De Villepin, o vínculo com o grupo terrorista 'é uma grande questão', pois nos últimos anos se viram 'grandes mudanças e a própria Al Qaeda também mudou, ao passar de uma organização muito bem estruturada para uma organização nebulosa e nada nítida'.

'Ele (Merah) tinha um bom treinamento, aparentemente em países da Ásia, mas nada concreto com essa organização', ressaltou.

O assassino acumulava mais de 15 penas por crimes comuns e tinha contatos conhecidos com círculos salafistas e estâncias no Afeganistão e Paquistão.

Para esclarecer casos como o sucedido na França, De Villepin enfatizou a necessidade de 'compartilhar informações de inteligência de diferentes países, principalmente dos que são alvo de terrorismo'.

'A outra arma é combater o terrorismo do campo financeiro, pois toda organização terrorista necessita de apoio econômico e podemos investigar muito nesse sentido', apontou.

No entanto, De Villepin, que em 2003 ganhou notoriedade por se opor na ONU à intervenção dos Estados Unidos no Iraque, afirmou que o massacre não deve se transformar na 'confusão' de uma discussão religiosa. 'Em países como a França, de grande população muçulmana, isso é um assunto muito delicado de tratar', acrescentou.

De Villepin participa como um dos conferencistas do Terceiro Fórum Mundial de Desenvolvimento Sustentável, que começou na quinta-feira e termina neste sábado em Manaus. 

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