Shafiq se soma assim aos dez candidatos que já foram descartados na semana passada por diferentes motivos, entre os quais o ex-vice-presidente Omar Suleiman, o aspirante da Irmandade Muçulmana, Khairat al Shater, e o salafista Hazem Abu Ismail (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 24 de abril de 2012 às 16h48.
Cairo - A Comissão Suprema Eleitoral Presidencial do Egito excluiu nesta terça-feira o último primeiro-ministro do antigo regime, Ahmed Shafiq, como candidato às eleições presidenciais previstas para os dias 23 e 24 de maio.
A decisão foi adotada conforme a emenda introduzida à lei de prática dos direitos políticos, referendada nesta terça-feira pela Junta Militar, e que impede os ex-altos cargos da era de Hosni Mubarak de concorrer ao pleito, informou a agência oficial de notícias egípcia "Mena".
Shafiq se soma assim aos dez candidatos que já foram descartados na semana passada por diferentes motivos, entre os quais o ex-vice-presidente Omar Suleiman, o aspirante da Irmandade Muçulmana, Khairat al Shater, e o salafista Hazem Abu Ismail.
O anúncio foi feito após uma reunião da Comissão Eleitoral no Cairo, liderada por seu presidente Farouk Sultan.
Em comunicado, a campanha presidencial de Shafiq garantiu que acata a decisão, mas considerou que a emenda é "uma vergonha e um grande erro constitucional que interfere no processo político em sua totalidade".
"É uma flagrante intervenção política por parte do Parlamento (...) e prejudica a competitividade das eleições livres", acrescenta a nota.
A emenda que levou a exclusão de Shafiq foi aprovada em 12 de abril pelo Parlamento egípcio, dominado pelos islamitas.
Esta reforma legislativa suspende os direitos políticos dos que ocuparam os postos de presidente da República, vice-presidente, primeiro-ministro ou algum outro alto cargo no dissolvido Partido Nacional Democrático nos dez exercícios anteriores a 11 de fevereiro de 2011, data em que Mubarak renunciou.
Está prevista para quinta-feira o anúncio da lista definitiva dos candidatos presidenciais, limitada a 12 depois da rejeição de 11 candidaturas.
O ex-secretário-geral da Liga Árabe Amr Moussa, o islamita moderado Abdul Moneim Abul al-Futuh, e o candidato "reserva" da Irmandade Muçulmana, Mohammed Mursi despontam como grandes favoritos ao pleito presidencial, o primeiro após a revolução.