Mundo

Ex-prefeita de Lima é impedida de sair do Peru por corrupção

Na última sexta-feira, a Promotoria abriu uma investigação preliminar contra a ex-prefeita

Odebrecht no Peru: juiz determinou que a proibição dure oito meses (Sebastian Castaneda/Reuters)

Odebrecht no Peru: juiz determinou que a proibição dure oito meses (Sebastian Castaneda/Reuters)

E

EFE

Publicado em 27 de novembro de 2017 às 17h08.

Lima - Um juiz peruano proibiu nesta segunda-feira que Susana Villarán, ex-prefeita de Lima, de sair do país devido à suspeita de ela ter recebido ilegalmente dinheiro das construtoras brasileiras Odebrecht e OAS.

O juiz Manuel Chuyo, titular do Terceiro Tribunal de Investigação Preparatória, determinou que a proibição dure oito meses. Também está proibido de deixar o país o ex-gerente municipal de gestão durante o governo de Villarán, José Miguel Castro.

Na decisão, o juiz considerou que existem depoimentos de delatores, entregas de dinheiro e ligações telefônicas que precisam ser verificadas pelo Ministério Público do Peru.

Acompanhada na audiência por seu advogado, Villarán disse a jornalistas que é inocente. "Estou absolutamente disponível para colaborar com a Justiça e esclarecer que sou absolutamente inocente dos fatos dos quais sou acusada", destacou.

Na última sexta-feira, a Promotoria abriu uma investigação preliminar contra a ex-prefeita, acusada de receber US$ 3 milhões para financiar de maneira irregular uma campanha para evitar seu afastamento do cargo em 2013.

Uma equipe especial do Ministério Público abriu a investigação após receber informações de um colaborador, que, segundo a imprensa local, é o publicitário brasileiro Valdemir Garreta.

Garreta teria afirmado a promotores peruanos que recebeu US$ 3 milhões da Odebrecht e da OAS para realizar uma campanha contra o processo de impeachment da ex-prefeita de Lima.

Segundo o depoimento do publicitário, divulgado pelo jornal "El Comércio", Garreta recebeu um contato pelo publicitário Luis Favre, que o perguntou sobre a possibilidade de assumir a campanha de Villarán, o que acabou ocorrendo posteriormente.

"Pelo trabalho foi acertada uma remuneração de US$ 3 milhões", disse Garreta, revelando que Castro seria o responsável pelos pagamentos.

O ex-diretor da Odebrecht no Peru Jorge Barata corroborou as revelações de Garreta em um depoimento prestado aos promotores em janeiro. Na época, ele afirmou que o dinheiro era uma doação à campanha de uma personagem que tinha uma importante projeção política no país naquele momento.

Villarán disse nas redes sociais que as declarações de Barata e Garreta são falsas.

O caso Odebrecht no Peru investiga os US$ 29 milhões que a construtora admitiu ter pagado a servidores do país em 2005 e 2014, em troca de obter contratos milionários de obras públicas.

Esse período compreende os governos de Alejandro Toledo (2001-2006), contra quem há uma ordem de prisão internacional, Alan García (2006-2011), incluído nas investigações sobre o Metrô de Lima, e Ollanta Humala (20011-2016), preso acusado de financiar irregularmente suas campanhas eleitorais.

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoNovonor (ex-Odebrecht)Peru

Mais de Mundo

Justiça de Hong Kong aprova direitos de casais do mesmo sexo a habitação e herança

Imigrantes buscam orientação à medida que posse de Trump se aproxima: 'Todos estão com medo'

'Ninguém vai ganhar uma guerra comercial', diz China após Trump prometer tarifaço

Ucrânia afirma que a Rússia efetuou um ataque noturno 'recorde' com 188 drones