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Ex-parlamentar da Ucrânia próximo à Rússia é morto a tiros perto de Madri

Andriy Portnov foi assessor do ex-presidente Viktor Yanukovych, considerado um político pró-Rússia

Andriy Portnov, ex-parlamentar ucraniano  ( Wikipédia)

Andriy Portnov, ex-parlamentar ucraniano ( Wikipédia)

Agência o Globo
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Publicado em 21 de maio de 2025 às 09h33.

Última atualização em 21 de maio de 2025 às 09h35.

O ex-parlamentar ucraniano Andriy Portnov, que foi assessor do ex-presidente Viktor Yanukovych, considerado um político pró-Rússia, foi morto a tiros nos arredores de Madri, segundo fontes policiais espanholas ouvidas por veículos de imprensa internacional. Portnov foi alvo de uma série de investigações em seu país, incluindo por corrupção e envolvimento com a anexação da Crimeia pela Rússia — muitas das quais foram arquivadas.

O crime aconteceu por volta das 9h15 (6h15 em Brasília) na cidade de Pozuelo de Alarcón, na região de Madri. Fontes policiais que identificaram a vítima como Portnov disseram ao El País que ele estava prestes a entrar em um carro Mercedes quando foi surpreendido por dois ou três pessoas, que abriram fogo e dispararam cinco tiros. Ao menos três o atingiram na cabeça e um nas costas.

— A vítima foi baleada várias vezes ao entrar em um veículo. Várias pessoas atiraram nas costas e na cabeça dele e depois fugiram para uma área arborizada — disse uma fonte ouvida pela AFP.

O caso aconteceu nos arredores da Escola Americana, mas funcionários não confirmaram se Portnov havia deixado algum aluno na escola. Os suspeitos fugiram por uma região de mata e ainda não foram encontrados. A polícia espanhola usa drones e um helicóptero na tentativa de localizar os assassinos.

Portnov foi parlamentar na década de 2000 e tornou-se vice-chefe da administração presidencial de Yanukovych, um aliado do presidente russo, Vladimir Putin. Após os protestos pró-União Europeia que derrubaram o governo em 2014, Yanukovych fugiu para a Rússia.

Portnov deixou a Ucrânia após a queda de Yanukovych, vivendo na Rússia e na Áustria antes de retornar ao seu país de origem após a eleição do atual presidente Volodymyr Zelensky. Ele voltou a deixar o país, de acordo com relatos da mídia, usando suas conexões dentro das esferas de poder para escapar da guerra, apesar da proibição de homens responsáveis ​​pelo serviço militar deixarem o país durante a invasão russa.

A rede americana CNN recordou que o ex-político ucraniano foi sancionado pelos EUA em 2021 por corrupção e suborno no escopo da Lei Magnitsky — que bloqueia a entrada nos EUA e congela os bens de certos funcionários e empresários russos e pró-Rússia acusados ​​de violações de direitos humanos. A acusação contra o ucraniano indicava que ele "de forma crível" usou sua influência para comprar acessos e decisões tribunais ucranianos.

A Europa foi palco de uma série de eventos envolvendo personalidades, autoridades e instituições de Rússia e Ucrânia desde o início da guerra no Leste Europeu, em 2022. Apenas no primeiro ano de guerra, ao menos 12 oligarcas russos morreram de forma suspeita, incluindo em países como Espanha e Inglaterra.

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