PDVSA: os ex-ministros foram detidos pelos funcionários da Direção de Contrainteligência Militar (DGCIM) (Marco Bello/Reuters)
EFE
Publicado em 30 de novembro de 2017 às 18h19.
Caracas - As autoridades da Venezuela detiveram ontem o ex-ministro do Petróleo, Eulogio del Pino, e o ex-presidente da petrolífera estatal PDVSA, Nelsón Martínez, como parte da investigação por atos de corrupção que está sendo realizada pelo Ministério Público do país sul-americano, informou nesta quinta-feira o procurador-geral Tareq Saab.
"Durante a tarde de ontem e a madrugada de hoje" ocorreu "uma série de apreensões" pelos casos de corrupção na indústria petrolífera PDVSA e "Eulogio del Pino e Nelsón Martínez" foram detidos, disse Saab em entrevista coletiva.
Tanto Martínez como Del Pino estiveram na presidência da PDVSA e ocuparam o Ministério do Petróleo durante este ano, pois, em agosto, o presidente Nicolás Maduro decidiu fazer uma mudança nos cargos entre esses funcionários.
Martínez foi detido por sua "suposta vinculação com a assinatura do contrato de refinanciamento da dívida da empresa Citgo Petroleum Corporation - a maior filial da PDVSA nos EUA - sem a aprovação do Executivo nacional", um fato pelo qual foram detidos os diretores da empresa na semana passada.
Segundo Saab, os detidos revelaram que Martínez tinha conhecimento do contrato.
Del Pino, por sua vez, foi detido por supostamente ser responsável "no esquema de corrupção envolvendo a Petrozamora", outra filial da PDVSA, na qual foram perdidos 15 milhões de barris diários.
Os ex-ministros foram detidos pelos funcionários da Direção de Contrainteligência Militar (DGCIM) e acusados pelos crimes de "peculato, desvio de função de funcionário público" e formação de quadrilha.
Além disso, Martínez é acusado de "lavagem de dinheiro", enquanto Del Pino também é acusado por "descumprimento do regime de Segurança Nacional" e "uso indevido de sistemas de informação e danos à indústria petrolífera".
"Del Pino é vinculado à alteração intencional de números fiscalizados de produção de petróleo de 2014 até 2017, quando estava na Direção Executiva de Exploração e Produção no Oriente da PDVSA", disse Saab, que se comprometeu a livrar a companhia petrolífera da corrupção.
O procurador-geral enfatizou que são "investigações de caráter preliminar que devem apontar para uma definição, para uma conclusão durante o próprio processo penal em andamento".
No domingo passado, Maduro nomeou no cargo de presidente da PDVSA o major-general Manuel Quevedo, a quem pediu a reestruturação da companhia estatal uma "limpeza" na empresa.
Além da detenção dos ex-presidentes da PDVSA, 65 executivos da estatal foram presos neste semestre por crimes de corrupção na maior indústria do país, informou Saab, que acrescentou que pelos menos 16 deles ocupavam "altos cargos" na principal indústria da Venezuela.