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Ex-líder da Catalunha se entrega à polícia

Carles Puigdemont e mais quatro partidários se entregaram neste domingo à polícia belga, informou o escritório da promotoria de Bruxelas.

Carles Puigdemont: ele viajou para a Bélgica pouco após Madri tomar o controle do governo regional da Catalunha (Yves Herman/Reuters)

Carles Puigdemont: ele viajou para a Bélgica pouco após Madri tomar o controle do governo regional da Catalunha (Yves Herman/Reuters)

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Reuters

Publicado em 5 de novembro de 2017 às 13h20.

Madri e Barcelona - O ex-líder da Catalunha, Carles Puigdemont, e mais quatro partidários se entregaram neste domingo à polícia belga, informou o escritório da promotoria de Bruxelas, após a emissão de mandados de prisão por parte da Espanha.

Puigdemont viajou para a Bélgica pouco após Madri tomar o controle do governo regional da Catalunha. Ele é acusado de diversas ações ligadas ao movimento pró-secessão, incluindo rebelião, sedição, uso indevido de recursos públicos, desobediência e violação de confiança em relação à campanha separatista.

O ex-líder da Catalunha se apresentou à polícia em meio à divulgação de duas pesquisas neste domingo sugerindo que os partidos pró-independência devem juntos conquistar a maior parte dos assentos nas eleições regionais de dezembro, embora possam obter menos que a maioria necessária para ressuscitar a campanha separatista.

Partidos a favor de que a Catalunha continue sendo parte da Espanha devem dividir assentos, reunindo cerca de 54 por cento dos votos, apontaram os levantamentos.

O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, convocou para 21 de dezembro as eleições depois de demitir o governo anterior e decretar administração direta sobre a região autônoma, reagindo à declaração unilateral de independência por parte de parlamentares catalães, no dia 27 de outubro.

O esforços para reconhecimento da independência da Catalunha conduziram a Espanha para a pior crise política desde o retorno à democracia quatro décadas atrás, com o sentimento pró-secessão na região fomentando o nacionalismo em todo o país.

Conforme levantamento da GAD3, realizado com 1.233 pessoas entre 30 de outubro e 3 de novembro e publicada no jornal La Vanguardia, os partidos pró-independência ERC, PDECat e CUP conquistariam entre 66 e 69 das 135 cadeiras do parlamento.

Uma segunda pesquisa realizada no mesmo período para o jornal conservador La Razón mostrou os mesmos resultados apresentados pela GAD3, com os partidos pró-independência obtendo a maior parte dos votos, embora ainda não sejam a maioria com 65 assentos.

A participação dos eleitores aumentaria para um recorde de 83 por cento, mostrou a pesquisa GAD3.

Políticos detidos

No sábado, Puigdemont, que o PDECat disse neste domingo que lideraria o partido na votação de dezembro, pediu uma frente política catalã unida para as eleições.

Na quinta-feira, nove membros do seu gabinete destituído do poder tiveram pedido de prisão preventiva decretado pela Corte Superior da Espanha em meio a investigações e potencial julgamento.

Um deles, Santi Vila, foi libertado após pagar uma fiança de 50 mil euros na sexta-feira. Os outros oito podem permanecer sob custódia por até quatro anos.

Ainda segundo o levantamento da GAP3, 59 por cento dos entrevistados consideram a ação judicial contra Puigdemont injustificável, enquanto 69,3 por cento disseram que a prisão de políticos catalães daria força ao movimento pró-independência nas urnas.

Grupos cívicos na Catalunha que tiveram os líderes detidos no mês passado, convocaram uma greve geral para 8 de novembro e uma manifestação em massa no dia 11 para protestar contra as prisões.

Uma protesto em Barcelona neste domingo, contudo, atraiu poucas centenas de participantes, bem menos que as milhares de pessoas que se juntaram às marchas de outubro.

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