Carles Puigdemont: ex-presidente, que era candidato à reeleição, pretendia ser empossado como líder catalão à distância (Yves Herman/Reuters)
EFE
Publicado em 31 de janeiro de 2018 às 10h18.
Última atualização em 31 de janeiro de 2018 às 10h20.
Madri - O ex-presidente da região da Catalunha, Carles Puigdemont, reconheceu que o processo independentista "terminou" e que seus correligionários lhe "sacrificaram" como candidato após o "triunfo" dos planos do governo central da Espanha.
A rede de televisão espanhola "Telecinco" divulgou várias mensagens de telefone celular de Puigdemont ao deputado autônomo e ex-conselheiro do seu gabinete, Toni Comín, captadas por uma de suas câmeras em Bruxelas.
Puigdemont e Comín permanecem em Bruxelas para fugir da ação da Justiça espanhola, que lhes investiga por rebelião e insurreição por alimentar o processo separatista.
A rede de televisão afirmou hoje que Puigdemont enviou ontem estas mensagens a Comín, pouco após saber do adiamento do debate de posse no parlamento regional.
O ex-presidente, que era candidato à reeleição, pretendia ser empossado à distância, opção que tinha sido refutada pelo Tribunal Constitucional, e o presidente do parlamento, Roger Torrent, anunciou o adiamento do debate até a resolução dos diferentes recursos judiciais a essa medida.
"Voltamos a viver os últimos dias da Catalunha republicana", diz Puigdemont. "O plano de Moncloa (governo espanhol) triunfa, só espero que seja verdade e que graças a isto possam sair todos da prisão porque, se não, o ridículo histórico é histórico", escreve.
Puigdemont ainda confessa a Comín que "isto terminou" e que os seus companheiros o "sacrificaram".
"Suponho que você tenha claro que isto terminou. Os nossos nos sacrificaram, pelo menos a mim. Vocês serão conselheiros (espero e desejo) mas eu já estou sacrificado", concluiu.