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Ex-jogador George Weah toma posse como presidente da Libéria

Weah, de 51 anos e considerado o melhor jogador africano da história, jurou seu cargo perante cerca de 35.000 pessoas

Weah: "É um momento histórico para este país. É o amanhecer de uma Libéria nova e melhor" (Thierry Gouegnon/Reuters)

Weah: "É um momento histórico para este país. É o amanhecer de uma Libéria nova e melhor" (Thierry Gouegnon/Reuters)

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EFE

Publicado em 22 de janeiro de 2018 às 11h46.

Nairóbi - O ex-jogador George Weah tomou posse nesta segunda-feira como presidente da Libéria, substituindo a vencedora do Nobel da Paz, Ellen Johnson-Sirleaf, a primeira mulher a ser eleita chefe de Estado de uma nação africana, no que representa a primeira transferência de poderes entre dois presidentes eleitos democraticamente no país em 74 anos.

Weah, de 51 anos e considerado o melhor jogador africano da história, jurou seu cargo perante cerca de 35.000 pessoas, entre elas vários presidentes do continente, no estádio Samuel Kanyon Doe, situado nos arredores da capital Monróvia.

"É um momento histórico para este país. É o amanhecer de uma Libéria nova e melhor, de igualdade, liberdade, dignidade e respeito mútuo. Não os decepcionarei", prometeu Weah no seu discurso de posse, no qual insistiu na unidade nacional, no desenvolvimento econômico e na luta contra a corrupção.

Junto a ele, tomou posse como vice-presidente Jewel Howard-Taylor, sobre quem os analistas colocaram dúvidas durante a campanha por ser ex-mulher do ex-presidente Charles Taylor, que cumpre 50 anos de condenação em uma prisão britânica pelo seu papel durante a guerra civil de Serra Leoa.

Entre os convidados estavam chefes de Estado estrangeiros como os de Nigéria, Senegal, Gana e Serra Leoa, além de alguns dos melhores jogadores da história da África, como o costa-marfinense Didier Drogba e o camaronês Samuel Eto'o, a quem alguns meios de comunicação relacionam com uma aventura na política no seu país, seguindo o exemplo do próprio Weah.

Weah, que até agora era senador pela circunscrição de Montserrado, a mais povoada da Libéria, venceu tanto no primeiro como no segundo turno das eleições concorrendo pelo opositor Congresso pela Mudança Democrática (CDC) e se impondo ao candidato governista, o até então vice-presidente do governo, Joseph Boakai.

O novo chefe de Estado desta pequena nação da África Ocidental conseguiu 61,5% dos votos no segundo turno, realizado no último dia 26 de dezembro.

Não era a primeira vez que Weah concorria às eleições: em 2005 perdeu justamente para Johnson-Sirleaf, que governou o país até hoje, e em 2011 se incorporou como vice da candidatura de Winston Tubman, sobrinho de William Tubman, o presidente mais longevo da história do país, mas a presidente acabou reeleita.

O único vencedor africano da Bola de Ouro (1995) tem agora pela frente o desafio de sustentar as previsões positivas de crescimento econômico após três anos de esfriamento, bem como as de acabar com a pobreza e a corrupção, dois dos grandes problemas do país.

Durante a campanha, Weah prometeu acelerar a criação de emprego e educação gratuita da creche ao ensino superior.

Com 4,6 milhões de habitantes, a Libéria sofreu duas guerras civis (1989-1996 e 1999-2003) que custaram a vida de mais de 150.000 pessoas e que deixaram centenas de deslocados e refugiados.

Além disso, a Libéria foi o país com mais vítimas durante o grave surto de ébola de 2014, que matou mais de 5.000 pessoas e contagiou outras 10.300, e truncou o avanço econômico no país, cujo PIB avançou 248% durante os 12 anos de presidência de Johnson-Sirleaf, algo que repercutiu em uma expectativa de vida que aumentou de 56 para 62 anos.

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