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Ex-guerrilheiros das Farc assumem mandatos no Congresso colombiano

Casa é dominada pela direita ligada ao novo presidente, Iván Duque, oposto ao acordo de paz que acabou com meio século de conflito armado

Ex-guerrilheiros das Farc: os novos integrantes tiveram frias boas-vindas por parte do Centro Democrático (REUTERS/Juan Pablo Pino)

Ex-guerrilheiros das Farc: os novos integrantes tiveram frias boas-vindas por parte do Centro Democrático (REUTERS/Juan Pablo Pino)

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AFP

Publicado em 20 de julho de 2018 às 20h48.

Última atualização em 20 de julho de 2018 às 21h55.

A antiga guerrilha Farc assumiu nesta sexta-feira (20) uma pequena representação no Congresso da Colômbia, dominado pela direita ligada ao novo presidente, Iván Duque, oposto ao acordo de paz que acabou com meio século de conflito armado.

"Aqui estão, pela primeira vez, cinco senadores e cinco representantes da Força Alternativa Revolucionária do Comum, partido nascido com a desmobilização e desarmamento das Farc", disse o presidente em final de mandato, Juan Manuel Santos, durante a instalação do Parlamento de 280 cadeiras, que legislará nos próximos quatro anos.

Mas das 10 cadeiras reservadas, com base no estabelecido pelo histórico acordo que dividiu profundamente o país, os ex-combatentes comunistas ocuparam apenas oito. Entre eles estão os ex-comandantes Carlos Antonio Lozada e Pablo Catatumbo.

O número dois Iván Márquez, ex-chefe negociador em Cuba, não tomou posse argumentando a "desfiguração" do acordo de paz e em solidariedade a Jesús Santrich, preso em Bogotá e solicitado em extradição pelos Estados Unidos por tráfico de drogas.

A Farc havia estabelecido que Márquez iria ao Senado e Santrich à Câmara dos Deputados. Embora ambos tenham recebido as suas credenciais como congressistas da autoridade eleitoral, ainda não ficou definido o futuro de seus cargos.

A bancada de ex-guerrilheiros compareceu no Capitólio Nacional com cartazes que diziam "Convergência pela esperança", em referência à aliança que reúne partidos de esquerda e centro no Congresso.

"A paz está abrindo possibilidades de chegarem vozes alternativas ao Congresso da República", disse Lozada à imprensa.

Os integrantes da Farc tiveram frias boas-vindas por parte do Centro Democrático, partido de Duque e liderado pelo ex-presidente e senador Álvaro Uribe, opositor de Santos e do acordo de 2016.

"Congresso com pessoas condenadas por crimes atrozes, sem reparar as vítimas, sem cumprir sanções simbólicas e inadequadas. Na Colômbia há criminalidade crescente e reorganização criminosa da Farc. Paz aparente", tuitou o popular ex-presidente.

Duque prometeu modificar o acordo alcançado após quatro anos de negociações em Havana por considerar que é indulgente com os ex-combatentes.

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