Mundo

Ex-guarda de Auschwitz se desculpa pela primeira vez

Membro da unidade SS Totenkopf, o ex-guarda permaneceu no campo de base Auschwitz-I, e supervisionou por vezes as chegadas a Auschwitz-II


	Auschwitz: membro da unidade SS Totenkopf, o ex-guarda permaneceu no campo de base Auschwitz-I, e supervisionou por vezes as chegadas a Auschwitz-II
 (AFP)

Auschwitz: membro da unidade SS Totenkopf, o ex-guarda permaneceu no campo de base Auschwitz-I, e supervisionou por vezes as chegadas a Auschwitz-II (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de abril de 2016 às 13h44.

Um ex-guarda das SS, de 94 anos, julgado por cumplicidade em 170.000 assassinatos no campo de extermínio de Auschwitz durante o nazismo, quebrou nesta sexta-feira seu silêncio pela primeira, para pedir desculpas às vítimas.

"Permaneci em silêncio por toda a minha vida", disse Reinhold Hanning ao tribunal que o julga na cidade ocidental de Detmold, mais de 70 anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial.

"Sinto vergonha de ter deixado que esta injustiça ocorresse e de não ter feito nada para evitá-la (...) Lamento sinceramente", afirmou o acusado, que trabalhou do início de 1942 a junho de 1943 no campo de extermínio mais famoso do genocídio nazista.

Hanning entrou com 18 anos nas Waffen SS, e combateu nos Bálcãs e depois no front russo, até ser transferido a Auschwitz. Membro da unidade SS Totenkopf, permaneceu no campo de base Auschwitz-I, e supervisionou por vezes as chegadas a Birkenau (Auschwitz-II).

No décimo-terceiro dia de seu julgamento, o acusado, que havia mantido silêncio até então, lamentou seu pertencimento a uma organização criminosa responsável pela morte de inúmeras famílias e inocentes, segundo a agência alemã DPA.

Anteriormente, seus advogados leram ante o tribunal um texto de 23 páginas sobre a juventude e o envolvimento de seu cliente. Nele, Hanning reconhece ter tido conhecimento das execuções em massa realizadas em Auschwitz.

O texto retrata o acusado como um jovem apolítico que não pôde fazer nada para impedir sua incorporação às SS.

"Auschwitz foi um pesadelo. Queria nunca ter estado ali", conclui o texto.

Hanning enfrenta entre 2 e 15 anos de prisão, uma condenação meramente simbólica, diante de sua idade avançada.

Acompanhe tudo sobre:adolf-hitlerAlemanhaÁsiaAssassinatosCrimeCriminosos de guerraEuropaNazismoPaíses ricosPolíticosRússia

Mais de Mundo

Itamaraty alerta para a possibilidade de deportação em massa às vésperas da posse de Trump

Invasão de apoiadores de presidente detido por decretar lei marcial deixa tribunal destruído em Seul

Trump terá desafios para cortar gastos mesmo com maioria no Congresso

Milei chama Bolsonaro de amigo e lamenta ausência em evento de posse de Trump