Mundo

Ex-general ingeriu cianureto, diz Procuradoria da Holanda

O ex-general ingeriu um líquido diante do Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia (TPII) que o julgava por crimes na Guerra da Bósnia

Praljak: a investigação ainda quer descobrir como ele obteve o veneno e quem o forneceu (Reprodução/Reuters)

Praljak: a investigação ainda quer descobrir como ele obteve o veneno e quem o forneceu (Reprodução/Reuters)

E

EFE

Publicado em 1 de dezembro de 2017 às 20h31.

Haia - O ex-líder militar bósnio-croata Slobodan Praljak, que se suicidou na quarta-feira diante do tribunal que o julgava em Haia, na Holanda, tomou "possivelmente cianureto de potássio" e morreu de "insuficiência cardíaca", disse nesta sexta-feira a Procuradoria-Geral da Holanda.

O Instituto Médico Legal holandês realizou uma autópsia no corpo de Praljak para determinar as causas exatas de sua morte, depois que o ex-general ingeriu um líquido diante do Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia (TPII) que o julgava por crimes na Guerra da Bósnia (1992-1995).

À espera do relatório final definitivo, e conforme mostram os resultados preliminares do exame toxicológico, Praljak bebeu efetivamente veneno, como ele mesmo tinha afirmado diante do TPII antes de morrer.

Dois especialistas croatas estiveram presentes durante a autópsia, depois que foram admitidos como observadores após uma consulta com o tribunal e as autoridades croatas.

Praljak se suicidou em protesto pelos 20 anos de prisão aos quais foi sentenciado por crimes contra a humanidade cometidos contra civis muçulmanos.

A pedido da corte internacional, as autoridades holandesas iniciaram no mesmo dia da morte "uma investigação independente" sobre as suas causas.

Além da questão relativa à substância que Praljak tomou, a investigação do Ministério Público em Haia quer saber como o ex-general bósnio-croata, de 72 anos, obteve o veneno e quem o forneceu.

Praljak, que foi condenado por crimes contra a humanidade por seu papel na Guerra da Bósnia, estava detido desde 2004 e era muito provável que deixaria a prisão dentro de alguns meses, ao cumprir dois terços da pena.

As perguntas giram agora sobre como Praljak conseguiu o veneno, apesar da forte segurança na prisão e dentro do tribunal.

Segundo o advogado Erik Kok, que trabalhou como assistente legal no TPII durante seis anos, é muito difícil evitar que um recluso obtenha "drogas e telefones celulares" dentro da prisão.

Além disso, em entrevista à televisão holandesa "RTL Nieuws", Kok ressaltou que os suspeitos podem sair à rua sob certas condições e que caminham sozinhos pelos corredores durante as transferências e mantêm contato com muitas pessoas, desde guardas e funcionários de limpeza até advogados e familiares.

A ala da prisão holandesa de Scheveningen onde são mantidos os suspeitos e condenados do TPII é dirigida pela ONU e os guardas são seus funcionários, o que evita qualquer responsabilidade do Estado holandês neste episódio.

Acompanhe tudo sobre:GuerrasJustiçaSuicídio

Mais de Mundo

Em Nova York, Milei se encontra pela 3ª vez com Musk

Evo Morales lidera marcha contra presidente da Bolívia em meio a tensões políticas

Ataque de Israel ao Líbano é revoltante e há risco de guerra total, diz Celso Amorim

Superiate naufragado na Itália pode guardar 'dados confidenciais' e senhas de governos nos cofres