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Ex-general da ditadura argentina condenado à prisão perpétua

O ex-militar, 87, já recebeu sete penas de prisão perpétua e foi acusado de ordenar o assassinato de Angelelli, bispo da província de La Rioja

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 4 de julho de 2014 às 19h09.

Buenos Aires - O ex-general Luciano Menéndez, principal acusado pelo assassinato do bispo Enrique Angelelli em 1976 - durante a ditadura argentina -, foi condenado nesta sexta-feira à prisão perpétua, e ordenou-se a revogação da prisão domiciliar que ele cumpre por outros crimes contra a Humanidade, informou o tribunal.

O ex-militar, 87, que já recebeu sete penas de prisão perpétua, foi acusado de ordenar o assassinato de Angelelli, bispo da província de La Rioja, que a ditadura encobriu como se tivesse se tratado de um acidente de trânsito.

Esta foi a primeira condenação pela morte de um sacerdote de alta hierarquia na Argentina durante o regime militar (1976-1983), e de um caso que contou com a atenção particular do Papa Francisco.

A Justiça de La Rioja também condenou à prisão perpétua outro ex-militar, Luis Estrella, que, como Menéndez, "foi considerado culpado pelo homicídio do prelado", disse o juiz José Quiroga Uriburu.

Após o anúncio das sentenças, foram ouvidos aplausos e gritos de "Viva Angelelli!" e "Angelelli está presente!".

O advogado Guillermo Diaz Martínez, querelante pela Secretaria de Direitos Humanos da Província e da Nação, havia antecipado que esta sexta-feira seria "um dia histórico não apenas para os riojanos, mas também para toda a Argentina e América Latina".

Em 4 de agosto de 1976, o bispo morreu, aos 53 anos, na capotagem do carro em que retornava de uma homenagem aos padres Gabriel Longueville (francês) e Carlos Murias (argentino), sequestrados, torturados e fuzilados duas semanas antes, em La Rioja.

Ele viajava acompanhado de seu colaborador, o padre Esteban Pinto, que sobreviveu e é querelante no julgamento.

O regime atribuiu a morte a uma suposta perda de controle do motorista, e encerrou o caso.

Angelelli escreveu uma carta ao Vaticano, lida no julgamento graças à contribuição do Papa Francisco, em que denunciava que estavam "permanentemente impedidos de cumprir a missão da Igreja".

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