Mundo

Ex-esposa do líder do EI quer viver livre na Europa

"Quero viver livre", afirma a jovem de 28 anos, que elogia a sharia, ou lei islâmica, como garantia, segundo ela, "de liberdade e direitos para as mulheres"


	Estado Islâmico: "Rotularam-me como terrorista quando estou longe de sê-lo", lamenta Saja al-Dulaimi
 (Spencer Platt / Getty Images)

Estado Islâmico: "Rotularam-me como terrorista quando estou longe de sê-lo", lamenta Saja al-Dulaimi (Spencer Platt / Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de março de 2016 às 14h37.

Uma ex-esposa do chefe do grupo Estado Islâmico (EI), Abú Bakr al Bagdadi, com quem teve uma filha, quer se instalar na Europa para viver livre, disse em uma entrevista ao jornal sueco Expressen gravada no Líbano.

"Quero viver em um país europeu, não em um árabe", afirma Saja al-Dulaimi nesta entrevista publicada nesta quinta-feira.

"Quero viver livre", afirma a jovem de 28 anos, que elogia a sharia, ou lei islâmica, como garantia, segundo ela, "de liberdade e direitos para as mulheres".

A menina de 7 anos, Hagar, diz querer ir à Europa para estudar. Um exame de DNA confirmou que é filha de Bagdadi.

"Rotularam-me como terrorista quando estou longe de sê-lo", lamenta Saja al-Dulaimi, libertada há alguns meses de uma prisão libanesa, onde esteve detida com seus filhos desde 2014.

Esta mulher, de uma família burguesa iraquiana, se casou, segundo ela, pela primeira vez com um iraquiano da guarda pessoal do ex-ditador Saddam Hussein, com quem teve gêmeos.

Ficou viúva e em 2008 se casou novamente, seguindo os conselhos de seu pai, com Al Bagdadi, descrito por ela como um "pai de família normal", professor universitário e muito querido pelas crianças.

Na época, Bagdadi combatia nas fileiras da Al-Qaeda no Iraque e mais tarde nas da organização Estado Islâmico. Em 2010 assumiu o comando do EI. Os americanos impuseram um preço por sua cabeça: 10 milhões de dólares.

"Como se converteu em emir (agora 'califa') da organização terrorista mais perigosa do mundo é um mistério", afirma a mulher, que diz tê-lo deixado três meses depois do casamento, quando estava grávida da filha.

"Nossa última conversa foi em 2009. Perguntou-me se queria voltar, mas eu havia tomado uma decisão", relata. "Que culpa eu tenho de tudo isso? Casaram-me com ele em 2008. Agora estamos divorciados", conclui.

Saja al-Dulaimi se casou posteriormente com um palestino, com quem teve um filho.

Acompanhe tudo sobre:TerrorismoEuropaMulheresEstado Islâmico

Mais de Mundo

Irã demonstra interesse em retomar negociações nucleares com os EUA, mas com condições

Colômbia apoia plano para que Maduro deixe o poder e evite a prisão, diz ministra

Caso Epstein: arquivos sobre os crimes serão divulgados em 30 dias, diz procuradora

Dólar perderá força no cenário global em 2026, diz gerente do J.P. Morgan