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Ex-dirigente de futebol peruano é acusado de ameaçar testemunha

O dirigente teria feito um "gesto de corte na garganta" enquanto olhava para Alejandro Burzaco, testemunha no caso sobre propinas no futebol internacional

Justiça: o advogado do dirigente negou a denúncia, afirmando que ele "é um homem gentil, manso e tímido" (Oxford/Getty Images)

Justiça: o advogado do dirigente negou a denúncia, afirmando que ele "é um homem gentil, manso e tímido" (Oxford/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 16 de novembro de 2017 às 11h10.

Nova York - Uma juíza norte-americana ordenou na quarta-feira que um ex-dirigente de futebol peruano sob julgamento por corrupção em um tribunal do Brooklyn, em Nova York, seja posto em prisão domiciliar depois que procuradores disseram que ele fez um gesto de ameaça a uma testemunha da acusação.

Depois que os jurados foram dispensados da sessão diária, a procuradora-geral-assistente Kristin Mace disse à juíza Pamela Chen que Manuel Burga, ex-presidente da Federação Peruana de Futebol (FPF), fez um "gesto de corte na garganta" enquanto olhava para Alejandro Burzaco -- que está testemunhando para a Procuradoria no primeiro julgamento resultante de uma investigação abrangente dos Estados Unidos sobre o pagamento de propinas no futebol internacional.

Mace disse que Burga fez o gesto uma vez na terça-feira e novamente na manhã desta quarta. Na segunda vez, segundo ela, Burzaco, ex-diretor da empresa argentina de marketing esportivo Torneos y Competencias, irrompeu em lágrimas.

Bruce Udolf, advogado de Burga, negou a denúncia. "Este é um homem gentil, manso, tímido", disse sobre seu cliente. "Nunca vi nenhuma indicação de que ele estava fazendo nenhum gesto".

Udolf afirmou que Burga estava esfregando o pescoço porque sua pele estava irritada, e que Burzaco chorou porque um homem que ele mencionou em seu depoimento de terça-feira cometeu suicídio horas depois.

A polícia da Argentina disse que Jorge Delhon, ex-advogado do programa de televisão estatal Futbol Para Todos, se atirou na frente de um trem.

Chen, porém, disse que Burzaco pode ter mais motivos para temer por sua segurança após a morte de Delhon.

"Você pode chamá-la de suicídio", disse. "A verdade é que nenhum de nós sabe com certeza".

Mais cedo no mesmo dia, Burzaco testemunhou que, depois que começou a cooperar com as autoridades dos EUA, seu irmão lhe contou que a polícia de Buenos Aires foi instruída a "me calar".

Ele disse que isso significa fazer tudo para impedir que ele coopere, "inclusive me matar".

Na noite de quarta-feira Mace disse haver um vídeo que mostra o gesto de Burga, que não foi exibido na corte. Chen disse que assistiu o vídeo, mas que ele não encerra o assunto. Ela não chegou a prender Burga, como Mace pediu, mas o proibiu de sair de casa sem Udolf e de usar telefones ou computadores.

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